Presidente da Associação do
Distrito de Irrigação Icó-Lima Campos (Adicol), Francisco Canindé, afirma que
há meses solicitava a liberação das águas à Cogerh - Companhia afirma que
comunicou sobre a impossibilidade de dar vazão ao açude ainda junho
Moradores de Icó romperam um
dique do açude Orós, na quinta-feira, 11, para transferir água para o
reservatório Lima Campos
A falta de água para o consumo próprio, para irrigação de plantações e
também criação de animais motivou os moradores de Icó a romperem o dique do
açude de Orós. Na tentativa de transferir água para o reservatório de Lima
Campos, em Icó, as comunidades da região se reuniram na manhã da última
quinta-feira, 11, para dar vazão às águas do açude.
Os agricultores da região relatam que há meses solicitaram à Companhia
de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) a liberação de água no açude de Orós e
nunca obtiveram resposta. Presidente da Associação do Distrito de Irrigação
Icó-Lima Campos (Adicol), Francisco Canindé Pereira de Sousa, conta que
aguardava uma resposta sobre o escoamento das águas pela Cogerh há mais de um
mês.
“Tem mais de 30 dias que enviamos
uma solicitação para o Comitê de Bacias Hidrográficas e para a Cogerh para que
ligassem o bombeamento e, assim, poder atender a população. Não conseguia
marcar uma reunião e também não tive respostas”. Canindé explica que, com as chuvas de inverno abaixo da média, a maioria
das plantações foi perdida. As que restaram correm risco de morrerem devido a
falta de água.
De acordo com o gerente regional da Cogerh de Iguatu, Anatarino Torres,
os agricultores não conseguiram esperar até julho para que o aumento da vazão
do açude fosse liberada. "A gente
já tinha dito para eles que no momento, no começo de junho, não era possível
aumentar essas vazões. A única vazão que a gente já está mandando para o riacho
seria aquela suficiente para o abastecimento das comunidades e distritos da
região".
O presidente da Adicol informa que, mesmo após os atos de quinta, não
haviam entrado em contato com ele para mais explicações até o momento.
"Eles soltaram uma nota dizendo que vão antecipar as reuniões, mas não tem
nada confirmado. Oficialmente não entraram em contato comigo", finaliza
Canindé.
Em nota, a Cogerh repudia as
ações dos moradores - Confira trechos da nota divulgada pela Companhia
"A atitude, além de precipitada, vai de encontro a todas decisões
acordadas durante a Alocação Negociada de Águas, processo por meio do qual se
decide, democraticamente, por voto direto dos membros dos comitês de bacia (ou
seja, da sociedade civil organizada), a destinação da água acumulada.
Foram repassados recursos da Cogerh para que a Sohidra perfurasse e
instalasse poços em todas as comunidades do perímetro. Todo o sistema de
bombeamento do Sistema Orós-Lima Campos foi recuperado para atender a Cidade de
Icó, o Distrito de Lima Campos, e para garantir o atendimento à pecuária do
perímetro.
O diálogo foi mantido aberto e franco com os gestores da Adicol. A
atitude de membros da entidade chega a ser desrespeitosa com os encaminhamentos
dos Comitês da Bacia do Salgado e da Bacia do Alto Jaguaribe e com as negociações
em andamento com a Cogerh.
Medidas legais estão sendo estudadas por parte da Cogerh e SRH. Não há
como transigir com atitudes impensadas e/ou irresponsáveis".
Nenhum comentário:
Postar um comentário