O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sugeriu nesta quinta-feira
(11) que populares “arranjem uma maneira de entrar e filmar” dentro de
hospitais públicos e de campanha, a fim de fiscalizar os gastos com a pandemia
da Covid-19.
“Seria bom você fazer na ponta da linha. Tem um hospital de campanha
perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar.
Muita gente está fazendo isso, mas mais gente tem que fazer para mostrar se os
leitos estão ocupados ou não, se os gastos estão compatíveis ou não”, afirmou o
presidente, em transmissão ao vivo pelo Facebook.
Situação nestes moldes aconteceu em São Paulo, onde um grupo de cinco
deputados estaduais gravou diversos vídeos dentro do Hospital de Campanha do
Anhembi, denunciando uma suposta ausência de pacientes no local.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo classificou aquele episódio como uma
“invasão”, que teria sido feita “de maneira desrespeitosa, agredindo pacientes
e funcionários verbal e moralmente”. A prefeitura disse também que os
parlamentares estavam “colocando em risco a própria saúde porque inicialmente
não estavam usando EPI e a própria vida dos cidadãos que estão internados e em
tratamento na unidade”.
Na live, o presidente afirmou que os episódios que chegam ao seu
conhecimento são encaminhados para a Polícia Federal e para a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin). “Eu não posso prevaricar. O que chega a meu
conhecimento, eu passo para frente para que seja, pela inteligência deles,
analisado e abra um procedimento investigatório ou não”, disse.
Na reunião ministerial de 22 de abril, que teve o vídeo compartilhado
pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente afirma que tem um “sistema
particular” de informações que funciona e criticou o sistema oficial ao dizer
que “desinforma”.
‘Dezenas de casos’ - O presidente Jair Bolsonaro afirmou que
recebe “dezenas de casos” diariamente de mortes que teriam sido registradas
como Covid-19 sem que os familiares tivessem ciência de contaminação pelo novo
coronavírus.
“Estamos investigando. Tem muito dado que chega e a população reclama
que a pessoa tinha uma série de problemas de saúde, entrou em óbito e, até o
momento, pelo que os familiares sabiam, não tinha contraído o vírus e aparece
lá no óbito como Covid-19”, afirmou o presidente.
Segundo Bolsonaro, “isso não é uma pessoa ou um caso, são dezenas de
casos por dias que chegam”. O presidente, no entanto, não citou casos
específicos ou localidades em que isso teria acontecido.
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