Onze réus foram absolvidos – A quadrilha foi desarticulada na Operação
Caixa Preta, deflagrada pela Polícia Federal (PF) há quatro anos
Empresários e funcionários da
Caixa Econômica são condenados a prisão por fraude milionária no Ceará
Sete acusados de participar de
uma fraude de cerca de R$ 50 milhões aos cofres da Caixa Econômica Federal
(CEF) no Ceará, entre empresários e funcionários da Instituição, foram
condenados a prisão pela Justiça Federal. Outros 11 acusados foram absolvidos.
A sentença foi proferida pelo
juiz da 32ª Vara Criminal, Francisco Luís Rios Alves, na última quinta-feira
(18). A quadrilha foi desarticulada na Operação Caixa Preta, deflagrada pela
Polícia Federal (PF) há quatro anos, no dia 1º de junho de 2016.
A empresária Ana Carolina de
Araújo Medeiros teve a maior condenação, 19 anos e 1 mês de reclusão, pelos
crimes de estelionato, obtenção de financiamento mediante fraude e organização
criminosa. Ela ainda foi absolvida de lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
Segundo a sentença, Ana Carolina
"foi a principal articuladora do esquema criminoso apurado nesta ação
penal, tendo as empresas que comandava - tanto formalmente quanto informalmente
- sido beneficiadas com um multimilionário volume de recursos obtidos mediante
operações de crédito fraudulentas concedidas pela CEF".
As investigações apontaram que a
empresária movimentou mais de R$ 16 milhões em suas contas bancárias, entre
janeiro de 2011 e abril de 2015, valor que não era compatível com a declaração
à Receita Federal. Ela obteve empréstimos fraudulentos para ao menos 20
empresas, sendo a maioria do setor da construção civil.
Gerente bancário - O contato da empresária na Caixa Econômica era o
gerente da Agência Náutico, David Athilla Andrade Bandeira Barreto. A Justiça
Federal o condenou a 11 anos e 11 meses de prisão, por gestão fraudulenta e
organização criminosa, e ainda o absolveu dos crimes de lavagem de dinheiro,
peculato, inserção de dados falsos e corrupção passiva.
Conforme as investigações, Ana
Carolina e David Athilla tinham uma relação de intimidade - tendo trocado cerca
de 3 mil ligações telefônicas em um período de um ano - o que facilitou a
concessão de empréstimos fraudulentos.
O gerente da CEF também foi
investigado na Operação Fidúcia, deflagrada pela PF em 2015, para combater
outro esquema criminoso de fraude milionária à Instituição.
A organização criminosa, segundo
a PF, contava com outros empresários, 'laranjas' e funcionários da Caixa. Entre
eles, também foram condenados pela Justiça a dona de casa Dayna de Araújo
Medeiros, a 2 anos de prisão, por falsidade ideológica (ao emprestar o nome
para a companheira Ana Carolina para a obtenção de empréstimos fraudulentos); e
o funcionário da Caixa, Ricardo Gonçalves Castro, a 3 anos de reclusão, por
gestão fraudulenta (ao liberar recursos irregulares a mando de David).
Três empresários também foram
condenados: Gehard Shintani Hauache, a 3 anos e 7 meses de prisão, pelos crimes
de estelionato e obtenção de financiamento mediante fraude; Susana Glória dos
Santos Moreira, a 3 anos e 1 mês, por estelionato e obtenção de financiamento
mediante fraude; e Gleucia Maria Nunes de Sousa, a 2 anos e 2 meses, por estelionato.
Os dois primeiros teriam ligação com Ana Carolina, comprovada para a Justiça
pela movimentação de dinheiro entre eles.
Absolvidos pela Justiça - Onze acusados, entre funcionários da
Caixa, empresários e supostos 'laranjas' do esquema criminoso, foram absolvidos
pela 32ª Câmara Criminal.
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