Na Controladoria, o agente também
confessou que entregava celulares no presídio
O agente foi preso, pagou fiança,
e já está em liberdade
Uma investigação sigilosa realizada por agentes da Controladoria Geral
de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará
(CGD) e a Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) revelou que
um agente penitenciário levava celulares para dentro de um presídio do Complexo
Penitenciário da Região Metropolitana de Fortaleza e participava de um plano
para entregar armas aos detentos e dar apoio a uma fuga.
O agente confessou na Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da CGD, na
última terça-feira (9), que começou a aceitar as encomendas de uma facção local
para levar celulares aos internos do Instituto Penal Professor Olavo Oliveira
(IPPOO) II, em Itaitinga, em janeiro deste ano, para sustentar o vício em
apostas de jogos de futebol. Ele recebia R$ 2 mil por cada aparelho entregue.
O pagamento chegou a ser feito através de transferência bancária para a
conta da namorada do agente penitenciário, mas depois o dinheiro passou a ser
entregue em espécie, por esposas de detentos, em um shopping do bairro Papicu,
em Fortaleza.
O servidor afirmou que realizou três negociações, sendo que uma delas
rendeu R$ 16 mil (equivalente ao valor da entrega de oito celulares). Os
contatos eram duas lideranças da facção criminosa.
No plano mais ousado, o agente seria feito refém, em uma rebelião no
IPPOO II, promovida por detentos que estariam na posse das armas levadas por
ele. O servidor chegou a receber R$ 25 mil adiantados, em mais um encontro no
shopping. Segundo ele, o dinheiro já foi todo gasto com apostas.
O agente afirmou à DAI que não chegou a receber as armas porque a
facção estava com dificuldade de conseguir o armamento. Além disso, desde o
início da pandemia do novo coronavírus (há três meses), o servidor está
afastado do trabalho por um atestado médico, por estar nos grupos de risco da
Covid-19. Se o plano de fuga fosse colocado em prática, ele receberia um total
de R$ 150 mil.
Prisão em flagrante - A DAI cumpriu um mandado de busca e
apreensão – expedido pela Justiça Estadual – contra o servidor, em uma
residência no Município de Itapajé, na última terça-feira (9), para colher
documentos e mídias que colaborem com a investigação.
O homem terminou preso em flagrante por não estar na posse da arma
funcional. A pistola calibre 380 estava com um comerciante da região, que
apresentou a arma à Polícia Civil minutos depois. O agente penitenciário pagou
fiança de R$ 1,5 mil e foi solto.
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