sexta-feira, 12 de junho de 2020

Vendida por pastor - Ministério da Saúde desmente "cura milagrosa" do coronavírus com feijões

O Ministério da Saúde classificou como “fake news” (informação falsificada), os métodos de "cura" para coronavírus divulgados pelo apóstolo Valdemiro Santiago de Oliveira, da Igreja Mundial do Poder de Deus, com o uso de sementes de feijão. Ele é acusado de estelionato por buscar convencer fiéis a comprarem produtos a preços abusivos em troca da promessa de cura para a Covid-19. Atitude da pasta ocorre após recomendação do Ministério Público Federal (MPF).
Nos canais de comunicação da pasta agora consta publicação sobre o “feijão que cura coronavírus”. A postagem é marcada com o selo de verificação do Ministério da Saúde, que alerta: “Isto é Fake News! Esta notícia é falsa — Não divulgue”. A pasta frisa ainda que não há, até o momento, produto, substância ou alimento que garanta a prevenção ou possa ser usado como tratamento efetivo em casos de coronavírus.
O líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, apóstolo Valdemiro havia divulgado uma série de vídeos no Youtube e compartilhado pelas demais redes sociais sobre uma "seleta safra de feijões" que seriam “milagrosos”. Nos vídeos, o pastor afirmava que após cultivados, os grãos dariam origem a plantas com poder terapêutico contra a nova doença, sendo possível inclusive obter a cura.
Sem nenhum tipo de comprovação científica, as sementes eram comercializadas pelo valor de R$ 1 mil, cada grão. O pastor afirmou ainda que a cura da nova doença pelo feijão vendido por ele estaria comprovada por um atestado médico, também apontado como falso. As investigações contra o pastor suspeito de estelionato foram solicitadas pelo Ministério Público Federal no dia 8 de maio e será apurada pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, local onde fica a sede da igreja fundada por Valdemiro.
Os vídeos da divulgação da falsa cura milagrosa prometida pelo pastor foram removidos do Youtube no dia 11 de maio após ação da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo. O MPF destacou ainda que o Google, responsável pelo banco de dados do Youtube, afirmou à Justiça que preservou os arquivos e os dados de acesso das publicações, de modo que tais arquivos possam ser usados em possíveis ações judiciais movidas contra os autores do material veiculado com informações falsas.

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