O Ministério da Saúde classificou como “fake news” (informação falsificada),
os métodos de "cura" para coronavírus divulgados pelo apóstolo
Valdemiro Santiago de Oliveira, da Igreja Mundial do Poder de Deus, com o uso
de sementes de feijão. Ele é acusado de estelionato por buscar convencer fiéis
a comprarem produtos a preços abusivos em troca da promessa de cura para a
Covid-19. Atitude da pasta ocorre após recomendação do Ministério Público
Federal (MPF).
Nos canais de comunicação da pasta agora consta publicação sobre o
“feijão que cura coronavírus”. A postagem é marcada com o selo de verificação
do Ministério da Saúde, que alerta: “Isto é Fake News! Esta notícia é falsa —
Não divulgue”. A pasta frisa ainda que não há, até o momento, produto,
substância ou alimento que garanta a prevenção ou possa ser usado como tratamento
efetivo em casos de coronavírus.
O líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, apóstolo Valdemiro havia
divulgado uma série de vídeos no Youtube e compartilhado pelas demais redes
sociais sobre uma "seleta safra de feijões" que seriam “milagrosos”.
Nos vídeos, o pastor afirmava que após cultivados, os grãos dariam origem a
plantas com poder terapêutico contra a nova doença, sendo possível inclusive
obter a cura.
Sem nenhum tipo de comprovação científica, as sementes eram
comercializadas pelo valor de R$ 1 mil, cada grão. O pastor afirmou ainda que a
cura da nova doença pelo feijão vendido por ele estaria comprovada por um
atestado médico, também apontado como falso. As investigações contra o pastor
suspeito de estelionato foram solicitadas pelo Ministério Público Federal no dia
8 de maio e será apurada pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, local
onde fica a sede da igreja fundada por Valdemiro.
Os vídeos da divulgação da falsa cura milagrosa prometida pelo pastor
foram removidos do Youtube no dia 11 de maio após ação da Procuradoria Regional
dos Direitos do Cidadão em São Paulo. O MPF destacou ainda que o Google,
responsável pelo banco de dados do Youtube, afirmou à Justiça que preservou os
arquivos e os dados de acesso das publicações, de modo que tais arquivos possam
ser usados em possíveis ações judiciais movidas contra os autores do material
veiculado com informações falsas.
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