Seu último papel foi em
"Passione", exibida em 2010 e 2011 pela Globo
Leonardo Villar viveu o
protagonista de "O Pagador de Promessas"
Conhecido do grande público por
novelas da Globo e imortalizado no papel de Zé do Burro de "O Pagador de
Promessas", o ator Leonardo Villar morreu na última sexta (3), aos 96
anos, depois de uma parada cardíaca.
Villar nasceu em Piracicaba, no interior de São Paulo, e começou a
carreira no teatro na capital do estado, no final dos anos 1940.
Logo passou a integrar o elenco fixo do Teatro Brasileiro de Comédia, o
TBC, onde brilhou em produções como "Pedreira das Almas", ao lado de
Fernanda Montenegro, e "Um Panorama Visto da Ponte", pela qual ganha
troféus da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, a ABCT.
Foi no palco que ele encarnou Zé do Burro pela primeira vez. Sua
atuação rendeu a ele mais um prêmio da ABCT, além de um reconhecimento do
governo paulista.
Foi em 1962, no Festival de Cannes, porém, que sua versão do personagem
ficou eternizada. Isso porque, desbancando clássicos modernos como "O Anjo
Exterminador", e "O Eclipse", o filme "O Pagador de
Promessas" recebeu a única Palma de Ouro da história do cinema nacional.
Villar ainda participou de outros longas importantes da década, como
"Lampião, o Rei do Cangaço", e de "A Hora e a Vez de Augusto
Matraga". Sua entrada na televisão aconteceu na mesma época, com "A
Cor de Sua Pele", da TV Tupi - o ator fazia par romântico com a primeira
protagonista de novela negra, Iolanda Braga.
Nas décadas seguintes, Villar participou de uma série de novelas, como
"Barriga de Aluguel", de 1990, "Laços de Família", de 2000,
e "Coração de Estudante", de 2002. Também atuou em filmes como
"Brava Gente Brasileira", em 2000, e "Chega de Saudade", em
2007.
Seu último papel foi em "Passione", exibida em 2010 e 2011
pela Globo. Então com quase 90 anos, ele se envolvia num inesperado triângulo
amoroso da terceira idade ao reencontrar a personagem Aracy Balabanian, por
quem tinha se apaixonado na juventude, cinco décadas depois.
Na vida real, no entanto, Villar nunca se casou. Ele passou os últimos
dez anos de vida em São Paulo, depois de muitas décadas no Rio de Janeiro. Ele
deixa sobrinhos, sobrinhos-netos e sobrinhos-bisnetos.
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