O atual prefeito, Ticiano Tomé,
seu pai e um irmão estão entre os presos na operação
Ticiano Tomé (à esquerda), o
atual prefeito, foi preso sob acusação de participar da trama para a morte de
João Gregório (à direita)
Uma operação desencadeada no começo da manhã desta quarta-feira (15) em
três cidades cearenses, incluindo a Capital, resultou na prisão de, pelo menos,
10 pessoas apontadas como suspeitas de envolvimento na morte do prefeito do
Município de Granjeiro, no Cariri, João Gregório Neto, o “João do Povo”, assassinado por
pistoleiros em dezembro de 2019. Entre os presos desta manhã está o prefeito
afastado do cargo e sucessor da vítima no cargo, Ticiano da Fonseca Félix, o
“Ticiano Tomé”; seu pai, Vicente Félix
de Sousa, o “Vicente Tomé” (ex-prefeito); e o irmão, Castelo Tomé. Também foi detido um PM, apontado como um dos
assassinos.
A operação foi desencadeada pela Polícia Civil em Fortaleza, Maracanaú
e na cidade de Granjeiro. Na Capital, o prefeito afastado Ticiano Tomé foi
capturado por volta de 6 horas em seu apartamento, no bairro Parangaba. De lá,
ele saiu já algemado, seguindo para a sede da Delegacia Geral da Polícia
Civil. Posteriormente, foi encaminhado à
Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), no Centro.
Delataram - As prisões de hoje foram decorrentes da
operação iniciada na semana passada, quando outros dois suspeitos de
envolvimento direto na morte do prefeito foram detidos. Ao prestarem
depoimentos na Polícia Civil, eles teriam decidido “abrir o jogo” e revelar nomes
de todos os envolvidos no crime: mandantes, intermediários, pistoleiros; além
de descreverem a forma como foi planejado o crime que vitimou o prefeito “João
do Povo”.
As investigações vinham sendo realizadas de forma sigilosa, com a
quebra judicial do sigilo telefônico de vários investigados, entre eles, o
prefeito “Ticiano Tomé”, que era o vice e teria participado da trama para
chegar ao cargo. O pai dele, Vicente Tomé (que também já foi prefeito de
Granjeiro), já estava cumprindo prisão domiciliar com o uso de uma tornozeleira
eletrônica desde o dia em que a Polícia encontrou na porta da casa dele, em
Granjeiro, um veículo usado para dar “cobertura” na hora da fuga dos
pistoleiros, que estavam em uma motocicleta. A fuga chegou a ser filmada pela câmera
de uma residência próxima ao local da execução sumária do político.
Um policial militar também está preso. Ele seria um dos autores
materiais do crime. Seu nome não foi ainda divulgado pelas autoridades.
Consórcio da morte - Nas investigações, a Polícia descobriu uma
espécie de “consórcio da morte”, em que vários inimigos políticos do prefeito
teriam se associado para planejar e financiar seu assassinato.
O crime ocorreu na manhã do dia 24 de dezembro do ano passado, véspera
de Natal, no momento em que o prefeito João Gregório Neto fazia sua caminhada
matinal nos arredores de sua residência, em Granjeiro. Ele foi morto com tiros
nas costas e na cabeça, conforme atestou a Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
Em tempo - Veja abaixo vídeo do momento da prisão de
Vicente Tomé (pai de Ticiano Tomé), suspeito de ser o mandante do assassinato
de João do Povo.
Ticiano Tomé também foi preso e afastado do cargo. O vereador Marcim,
presidente da Câmara, toma posse hoje às 14h como novo prefeito de Granjeiro.
Confira
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