domingo, 20 de setembro de 2020

Estado do Ceará pede permanência de chefe de facção criminosa em presídio federal

'Barrinha' é apontado como um dos mandantes da Chacina das Cajazeiras

Chacina das Cajazeiras deixou 14 mortos, em janeiro de 2018

A Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) solicitou à Justiça Federal a permanência de Francisco de Assis Fernandes da Silva, conhecido como 'Barrinha', em um presídio federal de segurança máxima. Ele é apontado pela polícia como um dos principais chefes de uma facção criminosa local e um dos mandantes da Chacina das Cajazeiras, que deixou 14 pessoas mortas em janeiro de 2018, durante uma festa em clube de forró em Fortaleza.
O preso está na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e o prazo de permanência no local termina na próxima terça-feira (22). A defesa não quis se manifestar, mas ingressou com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), alegando que não teve acesso completo ao material da investigação policial.
A 1ª Vara de Execução Penal da Comarca de Fortaleza, da Justiça Estadual, publicou o pedido da SAP no Diário da Justiça Eletrônico do último dia 4 de setembro. O juiz estadual pediu que o juiz federal corregedor "aguarde a conclusão do contraditório e a formação de novo juízo de valor sobre a necessidade de permanência do apenado em unidade prisional federal".

Vida luxuosa - 'Barrinha' foi preso em uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Departamento de Inteligência Policial (DIP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), no Estado de Pernambuco, em abril do ano passado.
Segundo os investigadores, ele levava uma vida luxuosa, em um imóvel de alto padrão, em Boa Viagem, Recife, as custas de dinheiro arrecadado por outros membros da facção no Ceará. Com ele, foram apreendidos R$ 13 mil em espécie, 11 relógios de luxo, dois anéis de ouro (templários), 11 cartões bancários, documentos falsos e uma pistola calibre 9 mm, com dois cartuchos e 33 munições no total.
Na operação, também foi preso outro líder da organização criminosa, Francisco Tiago Alves do Nascimento, o 'Tiago Magão', que levava padrão de vida igual, no mesmo bairro. Na posse dele, a Polícia apreendeu mais cartões bancários e documentos com nomes falsos.

Facção criminosa - 'Barrinha' é apontado como um dos fundadores e um dos seis principais chefes de uma facção criminosa. A alta cúpula se distingue por seis anéis templários (dos quais dois foram apreendidos na operação policial em Pernambuco), avaliados em R$ 7 mil cada.
O preso tem 12 passagens pela polícia cearense, por crimes como homicídio, sequestro, roubo e organização criminosa. Em um dos processos por homicídio, ele é acusado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) de ser um dos mandantes da Chacina das Cajazeiras.
Criminosos atacaram pessoas que participavam de uma festa, no Forró do Gago, em Fortaleza, no dia 27 de janeiro de 2018. Catorze pessoas foram mortas - muitas delas sem sequer antecedentes criminais.

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