'Barrinha' é apontado como um dos mandantes da Chacina das Cajazeiras
A Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) solicitou à
Justiça Federal a permanência de Francisco
de Assis Fernandes da Silva, conhecido como 'Barrinha', em um presídio
federal de segurança máxima. Ele é apontado pela polícia como um dos principais
chefes de uma facção criminosa local e um dos mandantes da Chacina das
Cajazeiras, que deixou 14 pessoas mortas em janeiro de 2018, durante uma festa em
clube de forró em Fortaleza.
O preso está na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso
do Sul, e o prazo de permanência no local termina na próxima terça-feira (22).
A defesa não quis se manifestar, mas ingressou com um pedido de habeas corpus
no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), alegando que não teve acesso completo
ao material da investigação policial.
A 1ª Vara de Execução Penal da Comarca de Fortaleza, da Justiça
Estadual, publicou o pedido da SAP no Diário da Justiça Eletrônico do último
dia 4 de setembro. O juiz estadual pediu que o juiz federal corregedor
"aguarde a conclusão do contraditório e a formação de novo juízo de valor
sobre a necessidade de permanência do apenado em unidade prisional
federal".
Vida luxuosa - 'Barrinha' foi preso em uma operação da
Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Departamento
de Inteligência Policial (DIP), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), no Estado de
Pernambuco, em abril do ano passado.
Segundo os investigadores, ele levava uma vida luxuosa, em um imóvel de
alto padrão, em Boa Viagem, Recife, as custas de dinheiro arrecadado por outros
membros da facção no Ceará. Com ele, foram apreendidos R$ 13 mil em espécie, 11
relógios de luxo, dois anéis de ouro (templários), 11 cartões bancários,
documentos falsos e uma pistola calibre 9 mm, com dois cartuchos e 33 munições no
total.
Na operação, também foi preso outro líder da organização criminosa,
Francisco Tiago Alves do Nascimento, o 'Tiago Magão', que levava padrão de vida
igual, no mesmo bairro. Na posse dele, a Polícia apreendeu mais cartões
bancários e documentos com nomes falsos.
Facção criminosa - 'Barrinha' é apontado como um dos fundadores
e um dos seis principais chefes de uma facção criminosa. A alta cúpula se
distingue por seis anéis templários (dos quais dois foram apreendidos na
operação policial em Pernambuco), avaliados em R$ 7 mil cada.
O preso tem 12 passagens pela polícia cearense, por crimes como
homicídio, sequestro, roubo e organização criminosa. Em um dos processos por
homicídio, ele é acusado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) de ser um dos
mandantes da Chacina das Cajazeiras.
Criminosos atacaram pessoas que participavam de uma festa, no Forró do
Gago, em Fortaleza, no dia 27 de janeiro de 2018. Catorze pessoas foram mortas
- muitas delas sem sequer antecedentes criminais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário