Homem teria sido penetrado com um cabo de vassoura - Polícia Civil e Controladoria Geral de Disciplina apuram a denúncia
A Polícia Civil do Ceará (PCCE) e a Controladoria Geral de Disciplina
dos Órgãos de Segurança Pública e o Sistema Penitenciário (CGD) investigam uma
denúncia de um detento de que ocorreu um estupro contra outro preso, na Casa de
Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL 2), em
Itaitinga, na Grande Fortaleza. Três policiais penais são suspeitos de
praticarem o crime.
A violência sexual teria acontecido no mês de junho deste ano, mas o
Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na Delegacia Metropolitana de
Itaitinga somente no dia 17 de agosto. O delito foi relatado por um interno que
testemunhou o caso contra um companheiro de cela e também foi vítima de
agressão.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) repudiou
"qualquer ato de violência contra a pessoa humana" e assegurou que
está disponível para contribuir com qualquer investigação das autoridades
policiais, judiciais e administrativas.
O preso relata que tudo aconteceu após uma "brincadeira entre dois
detentos" durante o banho de sol. A ação foi interpretada pelos agentes
como uma discussão, momento em que a atividade foi cancelada e os internos
voltaram para as celas.
Na ocasião, os policiais penais apontaram um detento como "um dos
que estariam brigando". Este, detalha o BO, foi "coagido a dizer o
nome do outro preso" envolvido na discussão, mas não mencionou ninguém.
Por causa da recusa, os agentes ficaram "revoltados" e
retornaram à cela, quando o estupro foi consumado. O declarante informou à
polícia que ouviu os gritos do colega de xadrez "dizendo para não baixar o
calção dele".
Ameaça - Em seguida, o homem que prestou o depoimento
alega que os agentes o acusaram de ser o outro envolvido na suposta briga.
Segundo revelou, foi obrigado a "colocar sabonete na ponta de um cabo de
vassoura" e um deles ficava deslizando a vassoura no corpo do declarante,
da nuca até as costas". Contudo, o objeto não chegou a ser penetrado.
"Antes de ser conduzido a esta delegacia, foi para a sala de
direção do presídio e lá assinou uns papéis que mencionava que o declarante não
havia sido violentado", aponta um trecho do Boletim de Ocorrência.
O detento detalha que foi levado para ficar na mesma cela da vítima que
teve o estupro consumado. Ao conversar com o interno, ele tomou conhecimento de
que o colega havia sido violentado com um cabo de vassoura.
Quando questionado sobre quem teria cometido a violência sexual, o
declarante apontou um policial que foi reconhecido por causa da "voz e da
própria fisionomia", além de outros dois.
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