Investigação do MP, Controladoria e do DHPP desvendou ações criminosas do bando
Uma quadrilha ligada a vários crimes no Município de Banabuiú, no
Sertão Central do Ceará, continua sendo investigada simultaneamente pelo
Ministério Público, Polícia Civil e pela Controladoria Geral de Disciplina dos
Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário.
As apurações já resultaram em, pelo menos, duas grandes operações
conjuntas das Forças de Segurança. Ainda que presos, os principais “cabeças” do
bando, entre eles, dois policiais militares da Ativa da PM, continuam causando
temor em Banabuiú.
A desarticulação da quadrilha revelou uma verdadeira teia de crimes
praticados pelo bando nos últimos 10 anos em Banabuiú, com uma sequência de
assassinatos de membros de uma família daquele Município.
Os “cabeças” da quadrilha, segundo investigações aprofundadas feitas
pela Polícia Judiciária do Estado, através do seu Departamento de Homicídios e
Proteção à Pessoa (DHPP), são dois policiais militares, que agora cumprem prisão preventiva: os
sargentos da PM Everaldo Moreira Florêncio, o “Sargento Florêncio” e Edwardes
Moreira Florêncio, conhecido como “sargento Moreira”, que já tiveram atuação no
Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE) e até na Coordenadoria de
Inteligência (Coin), órgão ligado diretamente ao gabinete do secretário da
Segurança Pública do estado.
O “rosário” de crimes atribuído à quadrilha, segundo investigações do
DHPP, teve início ainda em 1999 e, de lá até hoje, a família Florêncio passou a
ser temida pela população de Banabuiú.
Na mais recente operação da Segurança Pública contra o bando armado,
realizada em novembro do ano passado, foram presas oito pessoas – entre elas,
os dois PM – e apreendidas 10 armas de fogo e mais de mil munições de calibres
diversos.
Investigação - O arsenal foi descoberto nas propriedades
dos investigados e as buscas aos criminosos se estenderam, além de Banabuiú,
para as cidades de Fortaleza, Quixadá e Tauá, no Ceará e Balsas, esta última no
interior do estado do Maranhão. Ali foi
capturado o pistoleiro que atua para o grupo, identificado como James de
Oliveira Bandeira, conhecido pelo apelido de “Coquinho”.
De acordo com a apuração realizada pelo DHPP no compartilhamento de
informações com o Ministério Público, o “Bando dos Florêncio” tinha, além da participação
de policiais militares, pistoleiros e pessoas que compactuavam com os
criminosos e praticavam delitos como receptação e na guarda das armas do grupo.
A investigação do MP resultou em denúncia criminal. Já a Controladoria
de Disciplina apura no âmbito de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD),
a conduta dos militares, que deverão ser expulsos da Corporação, segundo fontes
do órgão.
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