O homem era espécie de "representante executivo" do líder de uma facção criminosa de atuação nacional
Procurado no Amazonas por condenações que somam mais de 60 anos de
prisão, Lenon Oliveira do Carmo, de 39 anos, foi preso no litoral cearense no
último sábado (17). Conhecido como “Bileno”, ele estava foragido desde
fevereiro de 2018. Lenon havia adotado o nome falso de Aylon Soares Cardoso e
feito diversas plásticas e procedimentos estéticos como forma de dificultar o
reconhecimento pelas forças de segurança. Lenon vivia uma vida de luxo na
Capital com sua família.
Lenon é considerado como “indivíduo de alta periculosidade” de acordo
com informações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSPAM). Dentre
processos ainda em aberto e condenações por cumprir, ele responde por
homicídios, tráfico de drogas, formação de quadrilha, invasão e participação em
facção criminosa. O preso ocupava posição em ascensão no crime organizado no
Amazonas, mas, ainda em 2018, rompeu com o crime local e se associou a uma
facção criminosa com atuação em todo o País.
As investigações constataram que ele estava atuando como uma espécie de
“representante executivo” de Gelson Carnaúba, conhecido como “Mano G” e líder
dessa facção criminosa. Lenon, em liberdade, ajudaria Gelson a concretizar as
ações do grupo criminoso, bem como no gerenciamento dos esquemas de tráfico de
drogas.
A prisão do traficante foi fruto de cerca de três meses de colaboração
entre a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, o Departamento de
Investigação sobre Narcóticos, da Polícia Civil do Amazonas e da Polícia Civil
do Ceará.
Em território cearense, foram dois dias de operação e de rastreio até a
prisão de Lenon. Na ocasião da recaptura, ele viajava ao lado da família em
direção a uma residência luxuosa recém adquirida no litoral cearense, a poucos
metros da praia de Icaraí acerca de 32 km da Capital.
A chegada do traficante ao Ceará
- Lenon foi transferido junto com
outros líderes de facção do sistema penitenciário do Amazonas em julho de 2017,
após o Estado registrar recorde de assassinatos com intensa violência dentro
dos presídios. Foram mais de 100 mortes em decorrência do confronto de facções
criminosas.
Com a transferência, ele foi enviado ao presídio de Mossoró, no Rio
Grande do Norte, onde ficou por quatro meses antes de retornar ao Amazonas. De
volta ao Estado da região Norte, Lenon obteve na Justiça o direito à prisão
domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Mas, assim que foi enviado para
casa, destruiu o aparelho e fugiu, buscando refúgio em Fortaleza.
Histórico de crimes - Prisões por tráfico de drogas, associação
para o tráfico, homicídios e crimes ambientais estão marcadas no histórico
criminal de Lenon Oliveira do Carmo. As ocorrências dizem respeito a crimes
ocorridos em Manaus, mas as autoridades trabalham ainda com o envolvimento dele
em ações em outros estados.
Lenon tem envolvimento em diversos assassinatos relacionados ao crime
de tráfico de drogas. Ele ainda foi um dos mandantes das mortes registradas no
chamado massacre de Manaus, quando 56 detentos foram assassinados no Complexo
Penitenciário Antônio Jobim (Compaj) em janeiro de 2017.
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