segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Traficante do Amazonas fez plástica para se esconder no litoral do Ceará com nome falso

 O homem era espécie de "representante executivo" do líder de uma facção criminosa de atuação nacional

Traficante do Amazonas foi preso em Icaraí - Lenon Oliveira do Carmo vivia uma vida de luxo em Fortaleza

Procurado no Amazonas por condenações que somam mais de 60 anos de prisão, Lenon Oliveira do Carmo, de 39 anos, foi preso no litoral cearense no último sábado (17). Conhecido como “Bileno”, ele estava foragido desde fevereiro de 2018. Lenon havia adotado o nome falso de Aylon Soares Cardoso e feito diversas plásticas e procedimentos estéticos como forma de dificultar o reconhecimento pelas forças de segurança. Lenon vivia uma vida de luxo na Capital com sua família.
Lenon é considerado como “indivíduo de alta periculosidade” de acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSPAM). Dentre processos ainda em aberto e condenações por cumprir, ele responde por homicídios, tráfico de drogas, formação de quadrilha, invasão e participação em facção criminosa. O preso ocupava posição em ascensão no crime organizado no Amazonas, mas, ainda em 2018, rompeu com o crime local e se associou a uma facção criminosa com atuação em todo o País.
As investigações constataram que ele estava atuando como uma espécie de “representante executivo” de Gelson Carnaúba, conhecido como “Mano G” e líder dessa facção criminosa. Lenon, em liberdade, ajudaria Gelson a concretizar as ações do grupo criminoso, bem como no gerenciamento dos esquemas de tráfico de drogas.
A prisão do traficante foi fruto de cerca de três meses de colaboração entre a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, o Departamento de Investigação sobre Narcóticos, da Polícia Civil do Amazonas e da Polícia Civil do Ceará.
Em território cearense, foram dois dias de operação e de rastreio até a prisão de Lenon. Na ocasião da recaptura, ele viajava ao lado da família em direção a uma residência luxuosa recém adquirida no litoral cearense, a poucos metros da praia de Icaraí acerca de 32 km da Capital.

A chegada do traficante ao Ceará - Lenon foi transferido junto com outros líderes de facção do sistema penitenciário do Amazonas em julho de 2017, após o Estado registrar recorde de assassinatos com intensa violência dentro dos presídios. Foram mais de 100 mortes em decorrência do confronto de facções criminosas.
Com a transferência, ele foi enviado ao presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde ficou por quatro meses antes de retornar ao Amazonas. De volta ao Estado da região Norte, Lenon obteve na Justiça o direito à prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Mas, assim que foi enviado para casa, destruiu o aparelho e fugiu, buscando refúgio em Fortaleza.

Histórico de crimes - Prisões por tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídios e crimes ambientais estão marcadas no histórico criminal de Lenon Oliveira do Carmo. As ocorrências dizem respeito a crimes ocorridos em Manaus, mas as autoridades trabalham ainda com o envolvimento dele em ações em outros estados.
Lenon tem envolvimento em diversos assassinatos relacionados ao crime de tráfico de drogas. Ele ainda foi um dos mandantes das mortes registradas no chamado massacre de Manaus, quando 56 detentos foram assassinados no Complexo Penitenciário Antônio Jobim (Compaj) em janeiro de 2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário