Ex-policial militar e sargento PM José Eliomar Nazareno foram presos em flagrante por extorsão mediante sequestro
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos Segurança Pública e
Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) investiga a atuação de um grupo de
extermínio formado por policiais militares da ativa e ex-PMs, suspeito de
realizar um sequestro na última quinta-feira (05) e de praticar homicídios. O ex-policial militar Wandson Luiz da Silva
e o sargento PM José Eliomar Nazareno foram presos em flagrante por
extorsão mediante sequestro, por policiais da Delegacia de Assuntos Internos
(DAI) e da Coordenadoria de Inteligência (Coin), em Maracanaú, na Região Metropolitana
de Fortaleza (RMF).
A vítima do sequestro foi raptada de dentro de casa, no Bairro Jardim
das Oliveiras, em Fortaleza, por homens que se identificaram como policiais
civis e que alegaram que a pessoa seria conduzida para prestar depoimento. Um
notebook e um aparelho celular também foram levados.
Horas depois, a família da vítima recebeu ligações e pedidos de
pagamentos, para liberar a pessoa que estava sequestrada. A vítima do sequestro
foi resgatada pelos policiais e o dinheiro pago pela família, recuperado.
Os presos foram autuados pelo crime de extorsão mediante sequestro.
Wandson Luiz foi levado para a Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), da
Polícia Civil do Ceará (PCCE); enquanto José Eliomar foi conduzido ao Presídio
Militar. A CGD acrescentou, em nota, que adotou as providências administrativas
para apuração também na seara disciplinar.
Ex-PM reincidente - Wandson Luiz já foi preso ao menos três
vezes, sendo duas neste ano, e foi expulso da Polícia Militar do Ceará (PMCE)
em 2018.
Ele foi detido em maio último pelo Departamento de Homicídio e Proteção
à Pessoa (DHPP), por suspeita de matar Alisson Rodrigo Silva Rodrigues, de 32
anos, na Praça da Igreja de Fátima, na Avenida Treze de Maio, em Fortaleza, no
dia 24 de agosto de 2018. Com o ex-PM, na ocasião, foram apreendidos uma
pistola, munições, R$ 4.500 em espécie, aparelhos celulares e mídias.
A motivação do homicídio seria vingança, segundo as investigações, em
razão do grupo de extermínio acreditar que Alisson participou do crime que teve
três PMs como vítimas.
Wandson foi preso também em agosto de 2017, após a Polícia Militar ser
acionada para uma ocorrência de perturbação de sossego. Ele foi flagrado na
posse de um veículo objeto de furto, três armas de fogo (sendo duas sem
registro), uma farda dos Correios, duas balaclavas, dois celulares, munições e
uma corda tipo rapel. O então soldado da Polícia Militar ainda desacatou os
colegas de farda, durante a abordagem.
Wandson ainda é suspeito de agredir a ex-companheira, que estava
grávida, em maio de 2019. A vítima contou que sofreu murros, chutes, tapas e
puxões de cabelo, seguidos de ameaça de morte. Wandson rebate que a mulher não
aceitava o término do relacionamento, arrombou o portão da casa dele, quebrou o
celular de uma outra mulher que estava com ele e chamou a Polícia, mas nega ter
agredido a mesma. Um Inquérito Policial foi aberto na Delegacia de Defesa da
Mulher de Pacatuba para apurar o crime.
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