Na manhã desta quarta-feira uma densa camada de fumaça
encobriu parte da CE-282 gerando riscos de acidentes
Há 30 anos um problema desafia as gestões administrativas na cidade de
Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará: o lixão que está localizado às margens
da rodovia CE-282, a 5km do centro urbano, na saída para Icó. Na manhã desta
quarta-feira (18), uma densa camada de fumaça encobriu parte da via e se
deslocou em direção às vilas Cajazeiras e Itans.
Diariamente a rampa recebe cerca de 60 toneladas de resíduos sólidos. A
poluição ambiental, visual e a degradação da área e do lençol freático onde
está instalado o lixão, são os principais problemas decorrentes do acúmulo dos
resíduos sólidos de origem doméstica, comercial e industrial.
No período da noite, devido à localização do lixão, quando o vento
Aracati sopra na direção nordeste-sul, a fumaça e o mau cheiro atingem as vilas
Cajazeiras, Itans, Moura, Neuma e, às vezes, parte da cidade, dependendo da
intensidade da fumaça que resulta do fogo por autocombustão.
No lixão de Iguatu, há dezenas de catadores que sobrevivem da coleta de
material reciclado. As condições de trabalho são insalubres e sem uso de
equipamentos de proteção individual. Homens e mulheres enfrentam calor, mau
cheiro, moscas, risco de cortes. Eles reclamam de que na cidade outros
catadores retiram a maior parte do material que poderia ser reaproveitado.
Em janeiro de 2017, a Prefeitura de Iguatu interditou o lixão e
transferiu para outra área, que foi vetada por ser um açude que estava seco. A
transferência foi caracterizada como crime ambiental. Resultado: o depósito
diário de lixo voltou para a área anterior.
Consórcios - De acordo com o prazo estabelecido pela lei
de Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os lixões já deveriam ter sido
eliminados no Brasil. Decorridos seis anos, a maioria das cidades ainda mantém
as rampas de lixo.
No Ceará estão formalizados e em processo de implantação 21 consórcios
regionais. A pandemia do coronavírus atrasou o cronograma de licitação e início
de obras das Centrais Municipais de Resíduos Sólidos (CMRS), que vão contar com
um galpão de reciclagem e área de compostagem.
Nos consórcios de Crateús e Litoral Norte, obras das CMRS já estão em
andamento. Os recursos para financiar as obras dos projetos são decorrentes do
ICMS Ecológico, que o Estado repassa aos municípios.
Os aterros sanitários a serem construídos terão caráter regional
podendo atender a demanda de um ou mais consórcio, dependendo da distância e do
tamanho.
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