sábado, 14 de novembro de 2020

Ministério Público denuncia tenente da Polícia Militar e quatro soldados por tortura e extorsão de mulher grávida

O crime aconteceu em agosto de 2018 no Bairro Vicente Pinzon, quando a vitima foi levada de sua casa para ser torturada - Ela perdeu o bebê e teve R$ 10 mil subtraídos pelos agentes

O Ministério Público do Ceará denunciou, na última quarta-feira (11), um tenente da Polícia Militar e outros quatro policiais militares acusados de crime de extorsão e tortura física e psicológica contra uma mulher grávida, ocorrido em agosto de 2018, no Bairro Vicente Pinzon, em Fortaleza.
De acordo com a denúncia do MPCE, os cinco agentes de segurança invadiram a casa da vítima alegando estar à procura de drogas e a levaram para um terreno onde a torturaram, causando o aborto. Além disso, eles levaram uma quantia de R$ 10 mil que estava na residência. Ainda segundo o documento, os crimes foram praticados de forma premeditada. Um dos oficiais chegou a retirar parte do fardamento que usava para não ser identificado.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que os militares estão afastados da corporação e respondendo pelos seus atos disciplinarmente na seara administrativa em processo na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).

Tortura - Conforme consta na denúncia, a vítima afirmou em depoimento que foi submetida a uma sessão de tortura que durou cerca de três horas. Segundo ela, os policiais colocaram um blusão na cabeça dela e tentaram sufocá-la várias vezes. Além disso, ela recebeu chutes e agressões, foi colocada de joelhos e teve o pescoço sufocado.
Em razão do sufocamento, ela chegou a desmaiar pelo menos quatro vezes, e quando acordava recebia tapas no rosto e outras agressões, ao mesmo tempo em que os PMs perguntavam por drogas e armas.
Após a sessão de tortura, os agentes colocaram a vítima no carro e a deixaram em uma rua próximo a residência dela, ocasião em que de imediato ela procurou a delegacia e registrou o boletim de ocorrência sobre as agressões que sofreu.

Medidas cautelares - Conforme decisão do promotor de Justiça Sebastião Brasilino de Freitas Filho, quatro dos cinco denunciados ficam proibidos de se aproximar por cerca de 300 metros da vítima e das testemunhas. Além disso, eles devem ser afastados das ruas e usarem tornozeleira eletrônica.

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