O crime aconteceu em agosto de 2018 no Bairro Vicente Pinzon, quando a vitima foi levada de sua casa para ser torturada - Ela perdeu o bebê e teve R$ 10 mil subtraídos pelos agentes
O Ministério Público do Ceará denunciou, na última quarta-feira (11),
um tenente da Polícia Militar e outros quatro policiais militares acusados de
crime de extorsão e tortura física e psicológica contra uma mulher grávida,
ocorrido em agosto de 2018, no Bairro Vicente Pinzon, em Fortaleza.
De acordo com a denúncia do MPCE, os cinco agentes de segurança
invadiram a casa da vítima alegando estar à procura de drogas e a levaram para
um terreno onde a torturaram, causando o aborto. Além disso, eles levaram uma
quantia de R$ 10 mil que estava na residência. Ainda segundo o documento, os
crimes foram praticados de forma premeditada. Um dos oficiais chegou a retirar
parte do fardamento que usava para não ser identificado.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que os militares estão afastados da
corporação e respondendo pelos seus atos disciplinarmente na seara
administrativa em processo na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de
Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Tortura - Conforme consta na denúncia, a vítima
afirmou em depoimento que foi submetida a uma sessão de tortura que durou cerca
de três horas. Segundo ela, os policiais colocaram um blusão na cabeça dela e
tentaram sufocá-la várias vezes. Além disso, ela recebeu chutes e agressões,
foi colocada de joelhos e teve o pescoço sufocado.
Em razão do sufocamento, ela chegou a desmaiar pelo menos quatro vezes,
e quando acordava recebia tapas no rosto e outras agressões, ao mesmo tempo em
que os PMs perguntavam por drogas e armas.
Após a sessão de tortura, os agentes colocaram a vítima no carro e a
deixaram em uma rua próximo a residência dela, ocasião em que de imediato ela
procurou a delegacia e registrou o boletim de ocorrência sobre as agressões que
sofreu.
Medidas cautelares - Conforme decisão do promotor de Justiça Sebastião Brasilino de Freitas Filho, quatro dos cinco denunciados ficam proibidos de se aproximar por cerca de 300 metros da vítima e das testemunhas. Além disso, eles devem ser afastados das ruas e usarem tornozeleira eletrônica.
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