Justiça nega habeas corpus de oficial da PM preso suspeito da
chacina de Quiterianópolis
O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) negou o habeas corpus do oficial
da Polícia Militar Charles Jones Lemos Junior, no último sábado (19). O agente
de segurança é acusado de envolvimento na chacina de Quiterianópolis, quando
cinco pessoas foram mortas. O crime aconteceu em outubro deste ano. O tenente
Jones e mais dois PMs foram presos suspeitos do caso. Os mortos foram
identificados como Irineu Simão do Nascimento, 25 anos, José Reinaque Rodrigues
de Andrade, 31, Etivaldo Silva Gomes, 23, Antônio Leonardo Oliveira Silva, 19 e
Gionnar Coelho Loiola, 31
Houve a prisão temporária dos policiais Francisco Fabrício Paiva Lima,
Dian Carlos Pontes Carvalho e Charles Jones Lemos Júnior, além de busca e
apreensão nos endereços deles e dos batalhão onde são lotados. No dia 18 de
outubro de 2020, a Polícia Judiciária tomou conhecimento de uma chacina na
cidade de Quiterianópolis em que cinco homens foram mortos por quatro ou cinco
indivíduos que estavam em um veículo.
Durante o levantamento foram identificados dois veículos suspeitos, um
Fiat Mob de cor cinza e uma Trailblazer preta, sendo que o último estaria
prestando apoio aos integrantes do primeiro automóvel. A Trailblazer de cor
preta e placas PNM-9507 foi identificada como uma viatura da Polícia Militar,
conforme o documento, o automóvel era do Comando Tático Rural (Cotar) e tinha
como comandante o tenente Charles. Com ele estariam o cabo Francisco Fabrício
Paiva Lima e Dian Carlos Pontes Carvalho, possivelmente motorista da viatura.
Duas testemunhas ouvidas de forma separada afirmaram a descrição que o
assassino que invadiu a casa foi até a cozinha, pegou um homem conhecido como
Reinaque e o levou para o alpendre. Em seguida voltou e pegou a outra vítima
Antônio Leonardo fazendo o mesmo com ele, em seguida iniciando os tiros. As
testemunhas afirmaram que se tratava de um indivíduo de estatura mediana,
braços fortes e um pouco barrigudo, que vestia blusa cor cinza com mangas
compridas e pretas. E elas identificaram, por meio fotográfico, a foto número
2, que corresponde a Fabrício, como sendo o assassino por elas descrito.
A suspeita cairia sobre os três policiais, pois foi descoberto que as
cápsulas apreendidas pertencem a Academia Estadual de Segurança Pública do
Ceará (AESP) e que, por meio de um levantamento, verificou-se que Charles Jones
Lemos Júnior é instrutor da AESP e que ministrou curso na instituição em 2019,
o que sugeriria que ele teve acesso às munições de lote mencionado. Por meio de
análise do Spia, a Trailblazer se deslocou para Fortaleza após o fato. Adotando
postura incomum diante do fato, pois diversas viaturas foram levadas para o
local do delito, inclusive aeronaves.
Há duas linhas de investigação. A primeira de um roubo contra o
prefeito e candidato a reeleição de Crateús, em que Irineu e Reinaque estariam
entre os suspeitos. E a segunda com a suposta tentativa de roubo a um comércio
de Maurício, empresário de Quiterianópolis, praticada por Irineu e Renaique, do
que surgiu a suspeita de que o empresário dono do comércio teria encomendado a
morte dos dois. De acordo com o documento, a investigação apontou vinculo de
amizade entre o empresário e os policiais do Cotar. Inclusive, que os agentes
de segurança participavam de eventos na casa do empresário.
Diante dessa situação, o desembargador Francisco Darival Beserra Primo
indeferiu o pedido de habeas corpus no último sábado (19).
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