Um oficial e dois soldados do Batalhão Especializado de Policiamento do
Interior (BEPI) foram presos na última terça-feira (15), suspeitos de formarem
um grupo de extermínio e de terem comandado a chacina que deixou cinco pessoas
mortas em outubro último, na cidade de Quiterianópolis. A prisão ocorreu dentro
Quartel do Bepi, na Rodovia estadual CE-065. No local foram cumpridos mandados
de busca e apreensão.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS)
confirmou a operação realizada em conjunto pela Delegacia Municipal de
Quiterianópolis, a Regional de Tauá, e pelos departamentos de Polícia
Judiciária do Interior Sul (DPJI-Sul), de Inteligência Policial (DIP) e de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Os policiais presos na operação
foram identificados como tenente Charles e os soldados Dian e Fabrício. Os três foram levados do Quartel do Bepi
direto para o Presídio Militar. Eles estavam nas dependências da unidade
militar quando o local foi cercado por agentes da Coordenadoria de Inteligência
(Coin) e da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de
Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD).
Mortes - De acordo com as investigações, os três
militares teriam sido os responsáveis por vários crimes de morte naquela região
do estado, entre elas, os assassinatos de cinco pessoas na tarde do dia 18 de
outubro, em Quiterianópolis.
Os mortos foram identificados como Antônio Leonardo Oliveira Silva, 19
anos; Etivaldo Silva Gomes, 23; Gionnar Coelho Loiola, 30; Irineu Simão do
Nascimento, 25; e José Renaique Rodrigues de Andrade, 21. A chacina aconteceu
no alpendre de uma residência onde as vítimas estavam bebendo. Todos foram
obrigados a deitar no chão e receberam tiros de pistola na cabeça, numa
autêntica execução sumária.
Entre os mortos estava o dentista Gionnar Coelho Loiola, que era
natural de Crateús e filho de um sargento da Reserva da Polícia Militar. Ele
teria sido morto apenas por estar no local onde também estavam as pessoas que
seriam os verdadeiros alvos dos militares. Os PMs teriam ido ao local em um
veículo modelo Corolla, prata, com a intenção de eliminar suspeitos de crimes
na região e acabaram matando o dentista que tinha apenas parado ali para
descansar e tomar cervejas com amigos.
Os três militares tiveram prisão temporária decretada. Os agentes
fizeram um “pente-fino” no quartel do Bepi e os militares que ali estavam foram
obrigados a deixar as dependências do órgão enquanto era realizada a operação.
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