De acordo com a Polícia Civil, a chacina foi provocada por disputas de organizações criminosas no território
A vereadora eleita de Ibaretama Edivanda de Azevedo, o irmão e afilhado
dela são indiciados pela Polícia Civil do Ceará por envolvimento em uma chacina
com sete mortes ocorrida no município. Os dois filhos dela já foram denunciados
pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e são suspeitos de auxiliar o grupo
responsável pela matança.
Duas das sete vítimas eram da mesma família; outra era uma criança de
sete anos. De acordo com a Polícia Civil, a chacina foi provocada por disputas
de organizações criminosas no território.
O relatório complementar de inquérito, assinado pelo delegado Ícaro
Gomes Coelho, aponta que a família de Edivanda de Azevedo está no meio das
investigações. Ela viu os filhos Francisco Victor Azevedo Lima e Kelvin Azevedo
Lima serem presos um dia após a chacina. Eles foram denunciados por ajudar e
dar apoio logístico a Wandeson Delfino de Queiroz, líder de um núcleo de um grupo
criminoso de origem carioca. Ela foi eleita neste ano pelo PT com 335 votos.
Reduto eleitoral da vereadora - A Polícia Civil concluiu que Edivanda, o
irmão dela, Edvan Lopes dos Santos Azevedo, e o enteado, Josenias Paiva de
Andrade Lima, participaram das execuções. A motivação para a chacina seria a
intenção de acabar com os roubos que aconteciam reiteradamente na região, que é
reduto eleitoral da candidata.
Segundo as investigações, a família de Edivanda foi vítima de roubos em
sua casa por membros de uma facção de origem cearense. Eles teriam levado
motocicletas, celulares e computadores de uma associação a qual a parlamentar
integra, sob violência e ameaça. As apurações indicam que as vítimas da matança
eram membros dessa organização criminosa.
Conforme o documento da Polícia Civil, Edivanda tinha conhecimento da
chegada do grupo criminoso e “deu pleno auxílio à permanência deles na casa de
propriedade de Kelvin, tanto antes quanto depois da empreitada criminosa”. O
delegado aponta que a parlamentar eleita, além de ter prestado alimentação aos
matadores, deu declarações contraditórias em depoimento.
Troca de mensagens - A investigação analisou diálogos em texto e
áudio realizados por meio de uma rede social e obtidos a partir dos celulares
de Kelvin e Francisco Victor, os quais apontam para o conluio da família na
ação, conforme a Polícia Civil.
Edvan Lopes dos Santos, irmão de Edivanda, aparece em mensagens
trocadas com Victor, afirmando que jogou uma sacola com alimentos fora quando
observou um helicóptero das forças de segurança. A comida seria entregue aos
supostos criminosos.
Nas mensagens, o enteado da vereadora Josenias Paiva de Andrade Lima
troca áudios com Victor e sugere que Edivanda já sabe da presença dos
criminosos. Em depoimento à Polícia Civil, ele disse que teve conhecimento dos
assassinatos no mesmo dia, mas não sabe quem estava na sua casa escondido.
Na quinta-feira (10), o Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou os
irmãos Victor e Kelvin, além de Wandeson Delfino, pelas mortes em Ibaretama.
Caso a Justiça acolha o posicionamento da Promotoria, eles deverão responder
por homicídio qualificado.
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