O ano de 2020 foi o melhor em aporte hídrico desde 2012, quando começou o período mais longo e mais intenso de estiagem no sertão cearense. Terminou com 25,8% de volume médio nos 155 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e, mais uma vez, a recarga vai depender de boas precipitações na próxima quadra chuvosa - fevereiro a maio. Nos três maiores açudes do Estado - Castanhão, Orós e Banabuiú -, apesar da situação ainda de alerta, é mais positiva que há um ano. O cenário indica melhora na reserva de água cearense.
Histórico - Ao fim da quadra chuvosa, em 31 de maio de
2020, o volume médio dos reservatórios era de 34,8%, o melhor dos últimos sete
anos.
Apesar de ter sido um período favorável, em 2020 "a distribuição
das chuvas e os aportes nos reservatórios não foram homogêneos", conforme a
Cogerh.
As quatro bacias hidrográficas com maiores aportes estão na região
Norte: Acaraú (72,5%), Litoral (70,8%), Ibiapaba (68,4%) e Coreaú (67,2%). A
situação mais crítica verifica-se no Médio Jaguaribe (10,7%) e no Banabuiú
(11,0%).
Alerta - Os três maiores e estratégicos açudes do Ceará - Castanhão (11,19%), Orós (20,87%) e Banabuiú (12,02%) - revelam que o quadro ainda é de alerta e, segundo o secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos, Aderilo Alcântara, "exige dos consumidores o uso racional da água e necessidade de aporte com as chuvas deste ano novo". Apesar de o cenário ainda preocupar, há um ano a situação dos três principais reservatórios era mais delicada, 2,79%, 5,21% e 6,19%, respectivamente.
Chuva e produção - O ano de 2020 também entra para a história
por ter registrado o índice pluviométrico mais elevado desde 2009. De acordo
com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
foram observados, entre fevereiro e maio, ou seja, na quadra chuvosa passada,
730mm. A média histórica do Estado é de 695.8mm. Foi a primeira vez que as
precipitações ficaram acima da média nesta década.
Aderilo Alcântara observa que as chuvas que banharam o Ceará no
primeiro semestre de 2020 foram importantes para segurança do abastecimento
hídrico e para a produção agrícola de grãos de sequeiro, que foi superior a 800
mil toneladas. Culturas que estavam adormecidas foram reativadas na bacia do
açude Orós. A pesca artesanal também foi retomada.
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