Armas e muito dinheiro do PCC já foram apreendidos pela Draco no Ceará
Empresários e comerciantes de diversos ramos de atividades com atuação
nas regiões do Cariri e Centro-Sul do estado estão entre os 240 nomes que foram
descobertos pela Polícia Civil como sendo integrantes da facção criminosa
Primeiro Comando da Capital (PCC) no Ceará. Eles atuariam de diversos modos
dentro da quadrilha, exercendo desde postos de comando na hierarquia da
organização, a “lavadores” do dinheiro oriundo do tráfico de drogas.
A investigação da Polícia Civil, realizada pela equipe de inspetores e
delegados da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) revelam
uma forte atuação dos investigados na cidade de Acopiara (região Centro Sul) e
em municípios do Cariri.
A identificação dos envolvidos teve início com a quebra de sigilo
telefônico autorizado pela Justiça para que a Polícia Civil aprofundasse as
investigações em torno dos “alvos” e foi através deste trabalho, com a
varredura de mensagens via aplicativo, que os nomes foram aparecendo e
apontados os cargos na estrutura hierárquica do PCC no Ceará.
De acordo com a Polícia, dos 240 nomes listados, foram expedidos cerca
de 220 mandados judiciais de prisão. A começar pelo nome de James Machado
Cordeiro, apelidado de “Simpson”, que se passava por empresário do ramo de
festas, eventos e bufês. Logo em
seguida, veio a identificação de outros membros do bando.
Para disfarçar seu envolvimento com o crime organizado, “Simpson”
montou a empresa de fachada denominada “James Eventos e Produções”, em outubro
de 2012. Já naquela época ele teria envolvimento com as atividades delitivas do
PCC no Ceará, concluíram os investigadores.
“Com essa atividade, ele passa despercebido e inserido na sociedade como
se fosse um microempresário do ramo de festas e bufês”, diz o documento.
Outros nomes - O aprofundamento da investigação sigilosa da
PCCE levou à identificação de “Irmão Ricardo”, outro da linha de frente ou da
chamada “Sintonia Fina” do PCC no Ceará. Na verdade, tratava-se do peruano
Walmer Ramirez Campos, que passou a atuar em 2014, embora já estivesse na mira
das autoridades brasileiras. Antes
disso, ele chegou a ser capturado em flagrante no Ceará, numa operação de
combate às drogas na Capital.
Junto com Ramirez foi também presa a companheira dele, identificada nas
investigações como Raquel Vieira de Lima.
As atividades de “fachada” das lideranças da organização criminosa pelo
país afora se repetiram no Ceará, chegando a Polícia a alcançar mais nomes de
envolvidos e identificando as atividades que serviram para a “lavanderia” do
PCC.
Mesmo com a morte de outras duas lideranças do PCC no estado, no caso
os traficantes “Gegê do Mangue” e “Paca”, as atividades de lavagem do dinheiro
do narcotráfico não foram interrompidas no estado pela organização criminosa no
território cearense. As investigações da
Draco continuam.
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