Decisão de 13 de janeiro é
contestada no TJCE pela defesa dos suspeitos - Eles foram presos em dezembro
A Justiça prorrogou por
mais 30 dias a prisão temporária de três policiais militares suspeitos de
envolvimento na chacina que deixou cinco mortos em Quiterianópolis (Sertão dos
Inhamuns), em 18 de outubro último. A decisão foi tomada em 13 de janeiro
último pelo Colegiado de Magistrados de Primeiro Grau da Comarca de Tauá. A
investigação para apurar demais suspeitos segue em andamento.
Foram presos em 15 de
dezembro último: o tenente Charles Jones Lemos Junior, o cabo Francisco
Fabrício Paiva Lima e o soldado Dian Carlos Pontes Carvalho, todos do Comando
Tático Rural (Cotar). Agora, a defesa do tenente Charles tenta no Tribunal de
Justiça do Estado (TJCE) habeas corpus contra a decisão.
O habeas corpus foi
negado em caráter liminar em 19 de janeiro último pelo desembargador José
Tarcílio Souza da Silva. Na decisão, ele afirmou que "não se vislumbra,
pelo menos nesse momento, situação de extrema urgência, decorrente de manifesta
ilegalidade ou patente abuso de poder". O mérito do pedido da defesa,
porém, ainda está por ser julgado. O Ministério Público Estadual (MPCE) nesta
quinta-feira (28), opinou pela denegação do pedido.
No âmbito
administrativo, os PMs foram afastados preventivamente por 120 dias, conforme
decisões da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública
(CGD) publicadas neste mês de janeiro no Diário Oficial do Estado (DOE). Foram
instaurados Conselho de Justificação para o oficial e Conselho de Disciplina
para os praças. Se considerados culpados, eles poderão ser expulsos da PM.
Relembre o caso - Conforme a investigação
da Polícia Civil, os PMs presos são suspeitos de estar prestando apoio, em um
carro do Cotar, a integrantes de um veículo modelo Fiat Mob de cor cinza, onde
estavam os autores da chacina. Além disso, testemunhas teriam reconhecido Fabrício
como um dos executores. A investigação também identificou que cápsulas
apreendidas no local do crime pertenciam a um lote da Academia Estadual de
Segurança Pública do Ceará (Aesp), onde Charles era instrutor.
As linhas de
investigação levantadas apontam para duas possíveis causas do crime. A primeira
fala de um roubo contra um político de Crateús, em que duas das vítimas eram
tratadas como suspeitas: José Renaique Rodrigues de Andrade e Irineu Simão do
Nascimento. A segunda, uma suposta tentativa de roubo a um comércio de
Quiterianópolis, que também teria sido praticado pela dupla. Os demais teriam
sido mortos apenas por estarem na mesma casa que eles. Foram mortos na chacina
além de José Renaique e Irineu: Antônio Leonardo Oliveira, Etivaldo Silva Gomes
e Gionnar Coelho Loiola. Uma outra pessoa ficou ferida.
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