domingo, 10 de janeiro de 2021

Violência sem controle no Ceará deixou 17 crianças assassinadas em 2020

 A última criança morta no ano passado no Ceará foi o pequeno William da Silva Rodrigues, 6 anos, na zona rural do Município de Ibaretama

A menina Radhassa, o garoto Ramonis e a pequena Jorgiane - Assassinados no Ceará em 2020

“A gente entrega tudo nas mãos de Deus”. A frase foi pronunciada e repetida durante o enterro da menina Radhassa Barbosa, de apenas 4 anos, morta a tiros durante o ataque de uma facção criminosa na Favela do Caroço, na Praia do Futuro, na noite de 29 de setembro do ano passado. Em meio à turbulência da criminalidade que deixou mais de quatro mil mortos no Ceará em 2020, 17 crianças acabaram assassinadas. A pequena Radhassa entrou na lista das vítimas da criminalidade sem controle no estado.
À exemplo do caso da menina Radhassa, muitas famílias tiveram que passar pela dor da perda de suas crianças para o crime, no Ceará, no ano passado. Algumas foram mortas junto com os pais, como no caso da pequena Jorgiane dos Santos Xavier, que tinha somente um ano e 11 meses de vida. Na madrugada do dia 22 de fevereiro, sábado de Carnaval, a menina foi assassinada a tiros junto com o pai, o agricultor Francisco Jorge Gomes Xavier, 39, na Vila Cumbe, na zona rural do Município de Beberibe.
O bebê Enzo Gabriel Ferreira Ribeiro, de apenas 9 meses de vida, morreu baleado nos braços da mãe, uma adolescente de 17 anos, Maria Garielly Ferreira Ribeiro, que também foi assassinada. Mãe e filho foram executados dentro de casa durante um ataque de bandidos de uma facção criminosa no bairro Quintino Cunha, na zona Oeste de Fortaleza. O duplo homicídio aconteceu na noite de 10 de março.

O pequeno Júlio Cesar, 4 anos, foi morto, a tiros

Mais casos - Assim como aconteceu no bairro Quintino Cunha, em Fortaleza, quando mãe e filho foram mortos, a história se repetiu apenas cinco dias depois. Foi em 15 de março, quando o pequeno Yuri Kelson Silva Ribeiro, que tinha apenas 5 anos de idade, foi assassinado junto com a irmã, uma adolescente de 14 anos. O crime novamente foi praticado por bandidos de uma facção e ocorreu numa comunidade conhecida como Cercadão, no Município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
O pequeno Júlio César Silva Moreira, 4 anos, estava brincando com outras crianças na frente de casa, no bairro Aerolândia, em Fortaleza, na manhã do dia 25 de março de 2020, quando bandidos de uma facção desembarcaram de um carro prata e passaram a atirar em quem estivesse na rua. Um dos tiros atingiu o menino, que morreu quando era socorrido.
A última criança morta no ano passado no Ceará foi o pequeno William da Silva Rodrigues, 6 anos, que, na madrugada do dia 26 de novembro, dormia em uma casa na zona rural do Município de Ibaretama, no Sertão Central, quando o local foi invadido por bandidos armados e encapuzados.
O garoto e mais seis pessoas, entre elas, dois adolescentes, foram fuzilados. Segundo a Polícia, o caso foi um “acerto de contas” entre membros de facções rivais.

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