Advogado solicitou à Corregedoria da PM que peça a prisão preventiva do militar e a suspensão do porte e posse de arma dele - Tenente-coronel Cássio Novaes, denunciado pelos crimes, foi afastado pela polícia
A soldado Jéssica Paulo do
Nascimento, de 28 anos, que denunciou um tenente-coronel por assédio sexual
e ameaças de morte, solicitou medidas protetivas para ela e a família. O
advogado dela também solicitou, à Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo,
que peça a prisão preventiva do militar e a suspensão do porte e posse de arma
dele.
A soldado está, atualmente, atuando no 45° Batalhão da Polícia Militar
do Interior (BPM/I), em Praia Grande, no litoral de São Paulo. O
tenente-coronel Cássio Novaes, denunciado pelos crimes, atuava na capital
paulista. O oficial foi afastado e a investigação é conduzida pela Corregedoria
da PM.
Entre os pedidos feitos à Corregedoria, está a necessidade de medidas
protetivas para a soldado e a família dela.
Também foi requerido, de imediato, que a Justiça Militar e o Ministério
Público tomem ciência do caso.
Assédio sexual e ameaças de morte
- As investidas pessoais do
tenente-coronel à soldado Jéssica começaram em 2018, segundo ela. Ele havia
acabado de assumir o comando do Batalhão da Zona Sul de São Paulo, quando
passou pelas companhias para se apresentar aos policiais militares e a
conheceu, chamando-a para sair assim que conseguiu ficar a sós com ela.
Ela disse ao superior que era casada e tinha filhos, recusando o
convite. "Depois desse dia, minha vida virou um inferno". A soldado
relata episódios de investidas sexuais, principalmente, por mensagens, ameaças
por áudio, humilhação em frente aos seus colegas e até mesmo sabotagem quando
se recusou a ceder aos pedidos de seu superior.
Ela chegou a ficar dois anos e meio afastada do serviço para evitar
contato com ele. No entanto, a licença acabou no mês passado e ela precisou
voltar ao serviço. Ele conseguiu o telefone dela e as investidas recomeçaram e,
segundo ela, cada vez mais insistentes. O comandante prometia sustentar os
filhos da soldado, dar uma promoção para ela dentro da corporação e a
transferência que ela queria para o litoral paulista.
Afastado do Batalhão - A Polícia Militar esclareceu, por nota, que
recebeu a denúncia e imediatamente instaurou um inquérito policial militar para
apurar rigorosamente os fatos.
O oficial foi afastado do comando do Batalhão e a investigação é
conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar. Segundo a corporação, todos os
fatos são sigilosos, conforme prevê a legislação.
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