terça-feira, 15 de junho de 2021

Perseguido pelas polícias do DF e de Goiás se diz possuído por "demônio"

Uma força tarefa de mais de 200 agentes das polícias federal, rodoviária, civil, e militar de duas unidades da federação procura há mais de dois dias, em Brasília e nos arredores da capital, um foragido de 32 anos condenado por homicídio e estupro e suspeito de mais quatro assassinatos recentes. Pelas informações obtidas pelos investigadores, o homem se diz perseguido por uma espécie de "demônio" ou "espírito". As buscas começaram na quarta-feira (9), mas ganharam reforço no sábado.
O suspeito é Lázaro Barbosa de Sousa, dono de extensa ficha criminal que inclui uma condenação por homicídio na Bahia; um mandado de prisão decorrente de uma condenação por estupro e roubo com arma de fogo em Brasília; além da suspeita de um ataque com golpes de machado na cabeça de idosos em Goiás. Ele já foi preso, mas fugiu.
Na semana passada, segundo a polícia, ele ampliou essa lista com o assassinato de quatro pessoas de uma mesma família na zona rural do Incra 9, no Distrito Federal. O novo crime chamou a atenção das autoridades, e Sousa passou a ser "caçado".

"Livro místico" - Em mensagens trocadas entre policiais da força-tarefa, um investigador disse aos colegas que o criminoso anda com um "livro místico" que lhe garantiria "proteção espiritual". Por isso, afirmou o policial, só poderia ser pego com auxílio de cães ou cavalos.
Segundo um policial, o suspeito faz parte de uma "seita", e que alega ser possuído por um espírito ou um demônio. O criminoso teria dito que "vai levar o tanto de gente que puder".
Segundo a assessoria de comunicação da PM de Goiás, realmente foi localizado uma espécie de "altar" em que Sousa faria "rituais espiritualistas" numa casa utilizada por ele. O imóvel fica em Cocalzinho (GO), no entorno de Brasília, onde o suspeito se escondeu por algumas horas ou até um dia, pelas estimativas dos investigadores.

Sousa respondeu processo por homicídio aos 20 anos - Lázaro Sousa nasceu em 1988. Em agosto, completará 33 anos. É natural de Barra do Mendes (BA). A cidade fica na região de Irecê.
Quando tinha 20 anos, foi aberto um processo criminal na cidade natal dele por assassinato, crime pelo qual foi condenado.
Em 2011, passou a responder a um processo criminal em Brasília. A 19ª Delegacia de Polícia, de Ceilândia, havia aberto um inquérito contra ele. Sousa foi condenado pela Justiça por estupro e roubo com emprego de arma de fogo. Segundo o mandado de prisão aberto, a punição foi agravada porque ele restringiu a liberdade da vítima.

Já foi preso, mas fugiu - Sousa ficou foragido desde então. Mas, em março de 2018, foi preso em Águas Lindas (GO), pela Polícia Civil de Goiás. No entanto, fugiu poucos meses depois. Em agosto daquele ano, a Vara de Execuções Penais emitiu novo mandado de prisão.
Solto, ele cometeu mais crimes, de acordo com a polícia. Em uma noite de abril de 2020, entrou numa chácara em Santo Antônio do Descoberto, no entorno de Brasília. Quatro idosos moravam lá. Sousa agrediu-os, chegando a dar uma machadada na cabeça de um deles, de acordo com a Polícia Civil de Goiás. Os ferimentos permanecem até hoje.
Na ocasião, roubou bens dos moradores, como telefones celulares, recuperados depois. Sousa foi indiciado por tentativa de latrocínio e por roubo mediante restrição da liberdade das vítimas e com uso de arma branca.

Família toda foi morta em Ceilândia - A perseguição atual a Lázaro Sousa, porém, começou a partir de um crime cometido na madrugada da quarta-feira passada (9), na zona rural conhecida como Incra 9, em Ceilândia, no Distrito Federal. Quatro pessoas foram mortas.
A Polícia Civil do DF diz que Sousa é o suspeito de matar o empresário Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, e Gustavo Marques Vidal, 21. Eles foram encontrados mortos na chácara. A mulher de Vidal, Cleonice Marques, 43, foi sequestrada. Seu corpo só foi encontrado na tarde de sábado.

Tentou atear fogo em casa - Lá, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, Sousa entrou numa fazenda que pertencia a familiares de um soldado da corporação.
"O criminoso (...) quebrou tudo na propriedade, bebeu e fumou maconha. Obrigou o caseiro a fumar também", Nota da PM do Distrito Federal. Com a chegada do policial ao local, ele fugiu, levando o caseiro como refém.
Dali, Sousa entrou em outra propriedade rural para se esconder. Segundo a polícia, "baleou três homens" da fazenda e tentou atear fogo na propriedade. "As testemunhas disseram que o criminoso ia colocar fogo na casa e não o fez por conta da mulher e de uma criança".
Uma guarnição da PM de Goiás chegou a ir ao local. Sousa disparou 15 vezes contra eles, de acordo com a polícia do DF. Na sequência, ele fugiu para uma mata.
Foi feito um cerco policial nas 17 fazendas da região durante a noite de sábado e durante todo o domingo (13). Sousa se escondeu em algum imóvel em Cocalzinho no período, diz a Polícia Militar goiana. E, depois, roubou um Corsa vermelho. Ao ser parado numa barreira policial na estrada, Sousa fugiu novamente para a mata.

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