Uma força tarefa de
mais de 200 agentes das polícias federal, rodoviária, civil, e militar de duas
unidades da federação procura há mais de dois dias, em Brasília e nos arredores
da capital, um foragido de 32 anos condenado por homicídio e estupro e suspeito
de mais quatro assassinatos recentes. Pelas informações obtidas pelos
investigadores, o homem se diz perseguido por uma espécie de "demônio"
ou "espírito". As buscas começaram na quarta-feira (9), mas ganharam
reforço no sábado.
O suspeito é Lázaro Barbosa de Sousa, dono de
extensa ficha criminal que inclui uma condenação por homicídio na Bahia; um
mandado de prisão decorrente de uma condenação por estupro e roubo com arma de
fogo em Brasília; além da suspeita de um ataque com golpes de machado na cabeça
de idosos em Goiás. Ele já foi preso, mas fugiu.
Na semana passada,
segundo a polícia, ele ampliou essa lista com o assassinato de quatro pessoas
de uma mesma família na zona rural do Incra 9, no Distrito Federal. O novo
crime chamou a atenção das autoridades, e Sousa passou a ser
"caçado".
"Livro místico" - Em mensagens trocadas entre policiais da força-tarefa, um investigador
disse aos colegas que o criminoso anda com um "livro místico" que lhe
garantiria "proteção espiritual". Por isso, afirmou o policial, só
poderia ser pego com auxílio de cães ou cavalos.
Segundo um policial, o
suspeito faz parte de uma "seita", e que alega ser possuído por um
espírito ou um demônio. O criminoso teria dito que "vai levar o tanto de
gente que puder".
Segundo a assessoria de
comunicação da PM de Goiás, realmente foi localizado uma espécie de
"altar" em que Sousa faria "rituais espiritualistas" numa
casa utilizada por ele. O imóvel fica em Cocalzinho (GO), no entorno de
Brasília, onde o suspeito se escondeu por algumas horas ou até um dia, pelas
estimativas dos investigadores.
Sousa respondeu processo por homicídio aos 20 anos - Lázaro Sousa nasceu em
1988. Em agosto, completará 33 anos. É natural de Barra do Mendes (BA). A
cidade fica na região de Irecê.
Quando tinha 20 anos,
foi aberto um processo criminal na cidade natal dele por assassinato, crime
pelo qual foi condenado.
Em 2011, passou a
responder a um processo criminal em Brasília. A 19ª Delegacia de Polícia, de
Ceilândia, havia aberto um inquérito contra ele. Sousa foi condenado pela
Justiça por estupro e roubo com emprego de arma de fogo. Segundo o mandado de
prisão aberto, a punição foi agravada porque ele restringiu a liberdade da
vítima.
Já foi preso, mas fugiu - Sousa ficou foragido
desde então. Mas, em março de 2018, foi preso em Águas Lindas (GO), pela
Polícia Civil de Goiás. No entanto, fugiu poucos meses depois. Em agosto
daquele ano, a Vara de Execuções Penais emitiu novo mandado de prisão.
Solto, ele cometeu mais
crimes, de acordo com a polícia. Em uma noite de abril de 2020, entrou numa
chácara em Santo Antônio do Descoberto, no entorno de Brasília. Quatro idosos
moravam lá. Sousa agrediu-os, chegando a dar uma machadada na cabeça de um
deles, de acordo com a Polícia Civil de Goiás. Os ferimentos permanecem até
hoje.
Na ocasião, roubou bens
dos moradores, como telefones celulares, recuperados depois. Sousa foi
indiciado por tentativa de latrocínio e por roubo mediante restrição da
liberdade das vítimas e com uso de arma branca.
Família toda foi morta em Ceilândia - A perseguição atual a Lázaro Sousa, porém, começou a partir de um crime
cometido na madrugada da quarta-feira passada (9), na zona rural conhecida como
Incra 9, em Ceilândia, no Distrito Federal. Quatro pessoas foram mortas.
A Polícia Civil do DF
diz que Sousa é o suspeito de matar o empresário Cláudio Vidal de Oliveira, 48
anos, e os filhos dele, Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, e Gustavo Marques
Vidal, 21. Eles foram encontrados mortos na chácara. A mulher de Vidal,
Cleonice Marques, 43, foi sequestrada. Seu corpo só foi encontrado na tarde de
sábado.
Tentou atear fogo em casa - Lá, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, Sousa entrou numa
fazenda que pertencia a familiares de um soldado da corporação.
"O criminoso (...)
quebrou tudo na propriedade, bebeu e fumou maconha. Obrigou o caseiro a fumar
também", Nota da PM do Distrito Federal. Com a chegada do policial ao
local, ele fugiu, levando o caseiro como refém.
Dali, Sousa entrou em
outra propriedade rural para se esconder. Segundo a polícia, "baleou três
homens" da fazenda e tentou atear fogo na propriedade. "As
testemunhas disseram que o criminoso ia colocar fogo na casa e não o fez por conta
da mulher e de uma criança".
Uma guarnição da PM de
Goiás chegou a ir ao local. Sousa disparou 15 vezes contra eles, de acordo com
a polícia do DF. Na sequência, ele fugiu para uma mata.
Foi feito um cerco
policial nas 17 fazendas da região durante a noite de sábado e durante todo o
domingo (13). Sousa se escondeu em algum imóvel em Cocalzinho no período, diz a
Polícia Militar goiana. E, depois, roubou um Corsa vermelho. Ao ser parado numa
barreira policial na estrada, Sousa fugiu novamente para a mata.
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