Os agentes envolvidos na abordagem foram ouvidos pelo comando do batalhão ao qual são subordinados e tiveram as armas de fogo recolhidas para envio à Perícia Forense - Testemunha afirma que policiais atiraram 'sem motivo'
O Ministério Público do Ceará (MPCE) pede a prisão preventiva dos dois
policiais militares envolvidos na ação que deixou três pessoas baleadas, dentre
elas uma criança de 10 anos, em uma abordagem policial na cidade de
Hidrolândia, no interior do Ceará. Cinco pessoas estavam no carro fazendo
passeio pela cidade. O caso aconteceu na sexta-feira (9), e o pedido de prisão
foi feito no domingo (11).
Os policiais envolvidos na ação foram ouvidos pelo comando do batalhão
ao qual são subordinados e tiveram as armas de fogo recolhidas para envio à Perícia
Forense.
Amanda Carneiro, uma das passageiras do veículo atingido pelos tiros,
relatou como se deu a ação.
Ela afirma que estava no carro com o namorado, Pedro Henrique; com o
irmão, um menino de 10 anos; e com um casal de amigos. Eles pararam o veículo e
brincaram de soltar bombas de São João em um campo. Os policiais foram
comunicados sobre criminosos que disparavam tiros de um carro escuro, conforme
a Secretaria da Segurança do Ceará.
De acordo com o promotor de Justiça Militar, Sebastião Brasilino,
"o caso é de nítido clamor público, o que resvala na própria necessidade
de ser imprimida na ordem pública instrumentos eficientes para restaurar a paz
social, que restou evidentemente abalada naquela cidade do nosso sertão cearense".
O MPCE encaminhou para o e-mail da Vara Única da Justiça Militar do
Ceará, as mídias que teve acesso sobre o estado de saúde em que as vítimas
ficaram em um vídeo gravado dentro de um hospital. O vídeo mostra as crianças
feridas no hospital e uma mulher questionando a ação policial. 'Estavam
atirando sem motivo nenhum'.
O órgão ministerial requisitou do comando-geral da Polícia Militar do
Ceará a "imediata instauração de inquérito policial militar, que é de ser feito,
pelas regras processuais por oficial encarregado vinculado a unidade em que os
militares servem".
Bala no pescoço e perda da visão
- Um dos baleados, um jovem de 22
anos, foi atingido por tiros na coluna e no joelho. A outra vítima foi baleada
da cabeça e na coxa. Conforme a família, o homem perdeu a visão de um dos
olhos, por conta dos disparos.
Já a criança, levou um tiro no pescoço e foi transferido para o
hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza.
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