Os PMs estavam presos desde setembro do ano passado, quando
foi deflagrada a primeira fase da Operação Gênesis
Cinco policiais militares, acusados de integrar uma organização
criminosa especializada na extorsão de traficantes na Capital e Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF), foram soltos pela Justiça Estadual. Eles
integram um grupo formado por nove PMs, alvo da primeira fase da Operação
Gênesis, do Ministério Público do Ceará (MPCE).]
As solturas ocorreram em decisões judiciais individuais da Auditoria
Militar do Ceará, proferidas entre os dias 20 de julho e 13 de agosto deste
ano. O último agente de segurança a ser solto foi o subtenente Saulo Lemos de
Albuquerque, com a aplicação das seguintes medidas cautelares, por 90 dias:
- Proibição de acesso a unidades policiais militares, salvo se for
formalmente requisitado;
- Recolhimento domiciliar noturno e nos finais de semana e feriados,
com monitoração eletrônica;
- E afastamento das funções policiais e, consequentemente, proibição de
uso do fardamento e da arma de fogo e recolhimento da farda, da arma e da
identidade funcional.
Para tomar essa decisão, o juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho
considerou que não há relatos de que o PM esteja ameaçando ou coagindo
testemunhas do processo e o tempo que o agente de segurança já passou preso,
quase um ano, desde a deflagração da Operação, no dia 16 de setembro do ano
passado.
OUTROS PMS COLOCADOS EM LIBERDADE - A Auditoria Militar do Ceará também revogou a prisão preventiva do sargento José Urubatan de Oliveira, no último dia 3 de agosto; do sargento Neilton Marques Pereira, do subtenente José Zorrillo Lima do Carmo e do soldado Antônio Danuzio Silva, em três decisões proferidas no dia 20 de julho deste ano. O juiz determinou as mesmas medidas cautelares aplicadas ao subtenente Saulo, também por 90 dias.
PRIMEIRA FASE DA OPERAÇÃO GÊNESIS
- Os cinco policiais militares
foram alvos de mandados de prisão na primeira fase da Operação Gênesis,
deflagrada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério
Público do Ceará, em 16 de setembro de 2020. Também foram presos outros quatro
PMs, três policiais civis da ativa, um policial civil aposentado e cinco
traficantes.
Uma investigação do Gaeco sobre uma facção criminosa descobriu uma
organização criminosa autônoma, que mesclava agentes de segurança e
traficantes. O líder era o inspetor da Polícia Civil aposentado, que exercia a
função de recrutar policiais da ativa, que ficavam encarregados principalmente
de abordar os traficantes que seriam extorquidos.
R$ 10 MIL - O grupo atuava em várias regiões de
Fortaleza, além do Município de Maracanaú. Os alvos das extorsões eram
traficantes médios e agiotas e as cobranças variavam de R$ 4 mil a R$ 10 mil.
A segunda, a terceira e a quarta fase da Operação Gênesis, deflagradas
em outubro de 2020 e maio e julho de 2021, respectivamente, chegaram a outras
quadrilhas formada por policiais, acusadas de práticas criminosas como extorsão
de traficantes e proteção de criminosos.
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