Dentre os presos há policiais acusados de participar de
chacinas, grupos de extermínio, extorsão, tráfico de drogas e outros crimes
A direção do Presídio Militar do Ceará solicitou à Justiça que parte
dos policiais presos na unidade sejam deslocados para suas residências e passem
a ser monitorados por tornozeleira eletrônica durante 60 dias. A gestão alega
que o prédio passa por reforma ampla e estrutural e o Estado se encontra em
alerta para a variante 'delta' temendo um novo surto da Covid-19 na unidade.
Atualmente, o presídio com funcionamento no 5º Batalhão de Policiamento
Militar, no Centro de Fortaleza, abriga em torno de 60 PMs. Entre eles a
maioria é preso provisório, e minoria formada por condenados. No prédio há
policiais acusados de participar de diversos crimes, dentre eles: extorsão, tráfico de drogas, além dos grupos
de extermínio de chacinas.
O pedido da prisão domiciliar com duração de dois meses foi assinado
pela tenente-coronel Keydna Alves Lima Carneiro e direcionado ao juiz Roberto
Soares Bulcão Coutinho, titular da Vara Única da Justiça Militar do Ceará. A
oficial disse ao magistrado, em documento que devido às obras "foi
necessário deslocar o efetivo interno em novos espaços, os quais não são
completamente adequados ao número de internos".
Nesta terça-feira (17), o promotor de Justiça Militar, Sebastião
Brasilino de Freitas Filho se posicionou contra o pedido coletivo e contra o pedido
específico da defesa do cabo da PMCE Daniel Araújo Costa. Para o promotor, o
argumento das novas variantes e cepas circulando no Ceará não é suficiente para
revogar prisão preventiva porque "nesta pandemia fora montada uma unidade
de saúde exclusiva para presos militares, situada no complexo da CPPL, em
Itaitinga"
O que não pode existir é que a pretexto de uma causa fática que nem
sequer se implementou naquele ambiente carcerário, passemos a conjecturar tão
somente baseado em suposições"
Até o fim da tarde desta terça-feira (17), a Justiça não havia decidido
autorizar ou não a prisão domiciliar dos militares durante 60 dias.
INSTALAÇÕES - O prédio que abriga o presídio militar,
localizado na Praça José Bonifácio, teve a construção finalizada em 1927, mas
somente passou a funcionar como batalhão da PM em 1972. O quartel divide espaço
com o Comando de Policiamento da Capital (CPC), com a Coordenadoria de Gestão
de Operações (CGO), dentre outros.
No início deste ano, um relatório apontou que seria necessário reforçar
o policiamento no estabelecimento prisional com mais dezenas de policiais.
Agora, conforme a direção, a construtora encerrando as intervenções no pavilhão
principal os presos podem reegressar às locações de rotina.
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