quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Dois policiais penais são demitidos pela CGD por extorsão a outro agente

 As investigações apontam que eles cobraram R$ 11 mil para não divulgarem fotos de relacionamento extraconjugal da mulher da vítima

Controladoria Geral de Disciplina do Ceará (CGD) demitiu dois policiais penais por extorsão

A Controladoria Geral de Disciplina (CGD) do Ceará decidiu demitir dois policiais penais, acusados de extorquirem um outro policial, a quem ameaçavam publicar imagens da mulher dele em suposta relação extraconjugal. Os ex-agentes exigiam o pagamento de R$ 11 mil para que as imagens não fossem divulgadas, segundo as investigações. O caso aconteceu em 2016.
Valdemiro Barbosa Lima Júnior e Natanael Eduardo de Andrade tiveram as demissões publicadas na última segunda-feira (2) no Diário Oficial do Estado. Valdemiro já foi presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores Públicos do Sistema Penitenciário do Ceará (Sindasp-CE). Ele e Natanael afirmaram, em depoimento, que são inocentes da acusação de extorsão.
Segundo as investigações, Valdemiro e Nataniel foram ao encontro do servidor vítima da extorsão, exigindo o pagamento dos R$ 11 mil, além de mandarem que um outro servidor fosse convencido de retirar uma ação trabalhista contra o Sindasp. Caso as exigências não fossem cumpridas em um prazo de 24 horas, as imagens íntimas da mulher da vítima seriam expostas na internet.
O caso foi denunciado pela vítima à Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da CGD. Na ocasião, o servidor chegou a receber uma ligação de Valdemiro marcando o local para a entrega da quantia exigida e do documento assinado, garantindo que destruiria as imagens que moviam a ameaça. A ligação foi gravada e testemunhada pela então delegada titular da DAI.
A vítima, entretanto, não compareceu ao local estipulado por Valdemiro, o escritório de advocacia do Sindasp. As imagens usadas na extorsão foram, então, veiculadas em um blog na internet, além de serem compartilhadas em redes sociais.

Acusados negam extorsão - Em depoimento, Valdemiro nega ter extorquido o agente. Em relação à ligação para combinar o pagamento, disse que acreditava que o assunto tratado referia-se ao pagamento de diárias e adicionais noturnos devidos aos policiais penais, e não de uma extorsão.
Natanael também nega ter praticado a extorsão, afirmando em depoimento que esteve diversas vezes na então Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), onde a vítima trabalhava, para tratar de reivindicações da categoria dos policiais penais, acompanhado de Valdemiro. Disse também que teve conhecimento sobre uma suposta relação extraconjugal da mulher da vítima por meio das redes sociais.

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