Soldado Henrique Harrison pede R$ 25 mil em danos morais de
cada denunciado - Ele foi alvo de comentários preconceituosos em grupos de
WhatsApp
Alvo de comentários homofóbicos em um grupo de WhatsApp, o policial
militar Henrique Harrison, de 29
anos, entrou com processos judiciais contra colegas de farda. O soldado
protocolou 12 ações cíveis com pedidos de indenização por danos morais.
As ofensas foram feitas após Harrison ter publicado em suas redes
sociais uma foto beijando o namorado. Nos dias seguintes, ele passou a ser alvo
de chacota e mensagens preconceituosas em grupos de WhatsApp com policiais.
Harrison busca ser indenizado em R$ 25 mil por cada um dos denunciados.
Ao todo, o valor dos processos chega a R$ 300 mil.
— O fundamento geral é o dano moral que me foi causado e o direito de
imagem. Eles usaram minha foto para me humilhar, de um jeito que afetou todo
meu trabalho e desencadeou nos problemas psicológicos que estou tendo. Então é
uma reparação aos danos que tive — afirma o soldado.
O policial permanece afastado das atividades profissionais. A medida
foi tomada depois que ele denunciou os ataques homofóbicos ao Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios.
Repreensão por vídeo - O soldado também responde a procedimentos
administrativos dentro da corporação. Ele foi punido com uma
"repreensão", em 5 de julho, após ter publicado um vídeo no YouTube
no qual fala sobre sua sexualidade.
A nota de punição afirmava que o agente infringiu "preceitos
ético-disciplinares" e transgrediu a disciplina da corporação. O documento
assinado pelo corregedor-geral da PM-DF, coronel Alessandro Marco Alencar
Alves, sustentava que Harrison portou-se "de maneira inconveniente ou sem
compostura" e discutiu "assuntos políticos ou militares" sem a
devida autorização.
Em 22 de julho, um outro procedimento administrativo foi aberto contra
Harrison. Neste, a PM-DF vai investigar se houve irregularidade no fato de
Harrison ter dado uma entrevista fardado sem ter autorização de um superior
hierárquico.
A entrevista alvo da sindicância foi dada no dia do casamento de
Harrison. Procurado por veículos de mídia, o soldado conversou com os
jornalistas em frente ao cartório. Ele trajava uma farda comemorativa da PMDF.
A Polícia Militar informou, em nota, "que os processos correm em
segredo de justiça e que cumpre todas as decisões judiciais".
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