Foi instaurado um processo disciplinar contra o policial
civil, que já é réu na Justiça do Ceará sob acusação de participar de esquema
de tortura
A Controladoria Geral
de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) instaurou um processo
administrativo disciplinar em desfavor do inspetor da Polícia Civil do Ceará Harpley Ribeiro Maciel. O inspetor é um
dos 26 policiais réus na Justiça do Estado denunciados pelo Grupo de Atuação
Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) no último dia 18 de
agosto. A CGD investiga a ligação entre Harpley e o policial militar Rafael Ferreira Lima, conhecido como
'Alemão'.
O PM foi um dos alvos da 4ª fase da Operação Gênesis, deflagrada em julho deste
ano. Juntos, os servidores teriam extorquido meio milhão de reais de um
traficante em um esquema de extorsão e tortura, nas imediações da Câmara dos
Vereadores, em Fortaleza, no ano de 2016.
A partir das interceptações telefônicas autorizadas na Operação Gênesis, os
promotores do Gaeco chegaram ao nome do inspetor como participante da organização
criminosa junto a Rafael.
Há ainda informação que outros policiais civis, identificados como Wallace
Rodrigues Nogueira Maciel e João Inácio da Silva, também atuavam no esquema e
estiveram juntos em uma extorsão com emprego de arma de fogo, em setembro de
2016. Nessa ocasião, eles teriam subtraído quase R$ 130 mil de uma vítima.
Ainda conforme trecho do documento, o PM Rafael Ferreira encabeçava o esquema
nos anos de 2016 e 2017 e praticou uma série de graves infrações penais. O MP
apurou que as vítimas eram escolhidas entre traficantes com considerável poder
aquisitivo, ou que já tinham alguma passagem pela Polícia, o que facilitaria
tanto as exigências e as abordagens, quanto o alcance das vantagens ilícitas
almejadas pelo grupo.
AFASTAMENTO DAS FUNÇÕES - O inspetor Harpley
Ribeiro Maciel é atualmente lotado no 5º Distrito Policial, na Parangaba. Na
segunda-feira (27), a Justiça aceitou denúncia do Gaeco e decidiu que Harpley e
outros 25 policiais civis devem usar tornozeleira eletrônica e serem afastados
das funções. O gabinete da Delegacia-Geral pediu prorrogação para concluir o
afastamento.
O grupo de investigadores foi denunciado em uma nova operação do MPCE,
deflagrada a partir do desmembramento da Vereda Sombria e das diversas fases da
Gênesis. Até o momento não há informações que demais policiais civis alvos da
recente operação cometessem crimes ao lado de policiais militares.
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