A Justiça do Ceará determinou o afastamento dos 26 policiais
civis, entre eles três delegados, denunciados pelo MPCE - Segundo a denúncia,
esquema era chefiado por duas delegadas.
A Polícia Civil pediu na
quinta-feira (30) para o Ministério Público do Estado (MPCE) mais prazo para
afastar os policiais envolvidos por integrarem uma organização criminosa
instalada na Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), delegacia em
Fortaleza.
A Justiça do Ceará determinou o afastamento dos 26 policiais civis, entre eles
três delegados, denunciados pelo MPCE. Dentre
os delegados investigados estão Anna Cláudia Nery, da Delegacia da Mulher; e
Patrícia Bezerra de Souza Dias Branco, delegada da Assessoria Jurídica da
Polícia Civil do Ceará. As duas delegadas são apontadas pelo Ministério
Público como chefes do esquema que envolvia 26 policiais. A Justiça determinou também que elas usem tornozeleira eletrônica.
A decisão que determina o afastamento dos policiais suspeitos de formar uma
quadrilha para extorquir dinheiro de traficantes é de 17 de setembro e seguiu
em sigilo judicial até o dia 27, quando o órgão se pronunciou sobre o caso.
O argumento da Polícia Civil para pedir mais prazo para afastar os policiais é
que a quantidade de servidores que devem ser notificados é grande e por isso,
por enquanto, só cumpriu cancelamento das senhas e também dos logins de acessos
desses denunciados das redes e também dos sistemas vinculados à Polícia Civil.
Os acusados ainda estão no tempo para se apresentarem de forma espontânea e
cada um deles tem três dias para cumprir esse procedimento. Sete policiais já
receberam a notificação judicial.
Além dos agentes de segurança, seis pessoas apontadas como
"informantes" fazem parte da investigação, totalizando 32 alvos do
Procedimento Investigatório Criminal, investigado através do Gaeco. O documento
foi protocolado no dia 18 de agosto.
De acordo com as investigações, o policial civil, um inspetor, é um dos 26
policiais réus na Justiça do Estado denunciados pelo Grupo de Atuação Especial
de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). O agente de segurança é suspeito
de participar de extorsão, tortura dentre outros crimes.
As investigações apontam que o policial civil teria ligação com o policial
militar. O que chamou atenção tanto da CGD como Gaeco é que o policial militar
já foi alvo da 4ª fase da Operação Gênesis, realizada em julho de 2021 também
pelo crime de extorsão e tortura.
Quebra de sigilo dos aparelhos telefônicos dos investigados -
Conforme o órgão, além do afastamento de função
pública de todos os policiais acusados, a Justiça autorizou a quebra de sigilo
dos aparelhos telefônicos dos investigados, de onde as conversas interceptadas
durante a investigação foram trocadas, a quebra de sigilo bancário, busca e
apreensão nas residências e locais de trabalho de parte dos acusados e ainda o
uso de tornozeleira eletrônica.
Entre os crimes apontados pelo MP contra os agentes estão: extorsão,
tortura, tráfico de drogas, peculato, prevaricação, denunciação caluniosa,
falsidade ideológica, falso testemunho, abuso de autoridade, fraude processual,
entre outros.
Os investigados são
22 inspetores da
Polícia Civil
Três delegados;
Um escrivão
Seis informantes.
O Sindicato dos
policiais civis do Ceará afirmou que "buscará garantir que todos os
direitos constitucionais dos policiais civis sejam resguardados, sobretudo o da
ampla defesa e do contraditório bem como espera que os fatos sejam devidamente
esclarecidos no Poder Judiciário".
A Secretaria da Segurança do Ceará diz em nota que "não compactua com
desvios de conduta de seus agentes e colabora por meio da Coordenadoria de
Inteligência (Coin), com as apurações no sentido de esclarecer os fatos
investigados".
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