Dois jovens e uma criança foram baleados durante a
intervenção policial ocorrida em julho deste ano
A Justiça acolheu
denúncia ofertada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) contra os policiais
militares José Ferreira da Silva Filho e
Jonas Ferreira Soares. Os soldados acusados de balear dois jovens e uma
criança na cidade de Hidrolândia, no Interior do Estado, agora são réus no
Judiciário cearense pelo crime de lesão gravíssima.
Para a Promotoria de Justiça Militar e Controle Externo da Atividade Policial
Militar, os agentes tiveram a intenção de lesionar os ocupantes do veículo
quando dispararam com suas armas de fogo diversas vezes em direção ao
automóvel, "uma vez que possuíam a vontade de, em comunhão de desígnios e
de esforços, cometer aqueles crimes".
A denúncia foi enviada ao Poder Judiciário no último dia 8 de outubro e
acolhida 10 dias depois. O magistrado da Auditoria Militar do Estado do Ceará considerou
que a peça engloba os requisitos básicos e determinou que a defesa dos
denunciados apresentasse defesa, por escrito.
De acordo com a acusação, as vítimas alvejadas na noite de 9 de julho de 2021,
no bairro Nova Hidrolândia, têm 21, 22 e 10 anos de idade. No entanto, a
família considera que há pelo menos cinco vítimas, duas que não foram
consideradas pelo MPCE. Uma destas se trata de uma mulher grávida, também ocupante
do veículo.
A família considera a apresentação da denúncia como um avanço no caso, mas
acredita que o fato não se tratou de uma lesão corporal, e sim tentativa de
homicídio contra cinco pessoas.
Conforme os laudos, as vítimas baleadas sofreram lesões, como: perda total de
um olho, lesão grave em uma das pernas, debilidade da função mastigatória de
forma definitiva, lesão na altura da lombar e perfuração em um dos joelhos.
Elas foram socorridas e passaram por diversas cirurgias.
Ainda segundo o MP, a lesão sofrida pela criança foi decorrente de um disparo
que partiu da arma de fogo que estava em posse do soldado Jonas Ferreira.
Juntos, os policiais também foram responsáveis pelos danos ao veículo.
As investigações apontaram contradições nos depoimentos prestados pelos
denunciados. Em um primeiro momento, José Ferreira teria dito que efetuou um
disparo para o alto, mas depois relatou ter disparado duas vezes.
No entanto, nos autos
foi informado que o soldado José Ferreira da Silva Filho efetuou seis disparos
com sua arma de fogo acautelada, enquanto o soldado Jonas Ferreira Soares
efetuou sete disparos.
Ambos os militares
permanecem soltos e afastados das funções.
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