A recuperação de
pessoas acidentadas muitas vezes é demorada e em alguns casos chega a ser
irreversível. Francisco Alves Silva Neto,
42, é guarda civil municipal na cidade de Acopiara, mas está de licença do
trabalho, desde que foi vítima de um acidente de trânsito no final de março
deste ano em Iguatu, onde mora. Para andar Neto precisa do apoio de uma pessoa,
pois teve perda de massa encefálica, perdeu a fala e o movimento do braço direito,
entre outras sequelas.
A rotina do guarda municipal e dos familiares mudou após o acidente. “Quando
ele chegou aqui, a gente não acreditava que ele ia estar como hoje. Ele vem
evoluindo muito bem. Todos nós tivemos que passar por uma nova adaptação”,
conta a jovem Cyntia Lyandra Alves, filha de Neto, como é conhecido.
Em casa, Neto está sempre cercado dos filhos Lyedson, Cyntia e da esposa Graça,
além de amigos, familiares e vizinhos que sempre estão por lá. Tanto carinho,
amor e dedicação ajudam na recuperação dele. “Mesmo sem pode falar, a gente
consegue entender tudo. A comunicação no começo era praticamente zero, mas até
já fala algumas palavras. A gente se entende por gestos”, ressalta Cyntia a gratidão
que é retribuída pelo sorriso e olhar de Neto.
O acidente - O acidente no final de
março, na Rua dos Quixelôs esquina com a Ezaú Matos Cavalcante, no bairro Lagoa
Park, justamente quando Neto seguia para casa dos pais dele, no bairro
Tabuleiro. “Ele seguia de moto, quando o carro invadiu a contramão atingindo
ele. Com o impacto da batida, meu pai sofreu traumatismo craniano, perdeu muito
sangue.
Sorte que um socorrista de uma empresa perto prestou os primeiros socorros,
se não teria morrido ali mesmo”, contou a jovem, afirmando ainda que com o
estado gravíssimo, Neto sofreu acidente vascular cerebral (AVC) 24 horas depois
do acidente, ficou em coma induzido por 5 dias e 14 dias intubado, e 21 dias na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do total de 59 dias internado no Hospital
Regional em Juazeiro do Norte.
Dificuldades e fé - Em casa, Neto tem
acompanhamento direto da família e continua o tratamento médico de
fonoaudiólogo e fisioterapeuta. Porém, todo esse tratamento e recuperação
necessários possuem um custo muito alto. “Essa parte é bem difícil, porque a
gente é quem banca todo o tratamento, até tem pelo SUS (Sistema Único de
Saúde), mas como a gente não tem carro, sai muito caro ter que levar ele para
as terapias. Nós conseguimos bons profissionais que fazem esse trabalho em
casa. Mesmo sem poder a gente faz”, conta Maria das Graças Gomes Silva, esposa
de Neto.
Mesmo enfrentando
muitas dificuldades, a família se mostra unida e continua na luta pela
recuperação da saúde de Neto, que visto como um milagre diante de tudo que
passou, desde o dia do acidente. “Estamos apegados muito à fé em Deus. Ele tem
nos ajudado muito. A gente ver o Neto como um milagre. Cada vez evolui bem. Se
Deus quiser, logo ele estará retornando a ter um trabalho, assim como ele
deseja. É a maior paixão dele. Gosta demais do trabalho que fazia em Acopiara.
Pessoal de lá sente muita falta dele. Sempre mandam mensagem, eles até vêm
aqui. Ajuda demais na recuperação”, comenta Graça.
Com informações do Jornal A Praça
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