quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Policial é denunciado após efetuar disparo que deixou jovem tetraplégico

O subtenente José Ubirajara Castelo dos Santos afirma que o disparo foi acidental

Um subtenente da Polícia Militar foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPCE) por balear um jovem no bairro Jangurussu em 7 de maio último. Everton Monteiro de Queiroz, de 24 anos, ficou tetraplégico com o disparo e não tem "expectativa de reversão do quadro", conforme a Defensoria Pública, que acompanha o caso. A denúncia foi ofertada em 5 de novembro último e aguarda decisão da Justiça.
O subtenente José Ubirajara Castelo dos Santos foi denunciado por lesão gravíssima, artigo 209, parágrafo 2º do Código Penal Militar. Conforme denúncia da Promotoria de Justiça Militar e Controle Externo da Atividade Policial, o militar integrava uma composição de três policiais acionada para uma ocorrência de aglomeração e utilização de som alto. Ao chegar no local, os PMs mandaram as cerca de nove pessoas que lá estavam encostarem na parede.
Um homem, que não teria obedecido à ordem, foi abordado pelos PMs, momento em que houve o disparo que atingiu Everton. O subtenente alegou em depoimento que o disparo foi acidental, ocorrido no momento em que ele saía da viatura.
As testemunhas afirmam que os policiais já chegaram de arma em punho e de maneira "ignorante". Eles confirmam a versão de que o disparo ocorreu no momento em que os PMs abordaram um dos integrantes do grupo, que não teria obedecido de imediato a ordem.
O subtenente teria gritado "se ele era surdo?", disse uma das testemunhas. "Não está ouvindo eu mandar você colocar a porra das mão na cabeça?", teria continuado o policial. Após isso, o disparo foi efetuado. A mesma testemunha diz acreditar que o disparo tenha sido efetuado para atingir este homem, que estava na mesma direção de Everton.
Em seu depoimento, Everton diz que estava em um aniversário quando os militares chegaram. Everton conta que estava com as mãos na nuca e de costas para viatura quando foi baleado. Ele também não reagiu ou manifestou resistência nem foi agredido pelos policiais. Ao sentir o disparo, Everton disse que caiu e que partir dali não lembra de mais de nada. O tiro atingiu Everton na região do pescoço. Após o disparo, os PMs encaminharam-no ao Instituto Dr. José Frota (IJF).
Se condenado, o subtenente pode receber uma pena que vai de dois a oito anos. 

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