Pelo menos nove
acusados de integrar uma organização criminosa de origem paulista no Ceará
foram soltos pela Justiça Estadual, nas últimas semanas. Eles estão entre os
220 alvos de uma operação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) e do Ministério
Público do Ceará (MPCE) contra a facção, deflagrada em 2020.
As decisões de soltura foram tomadas em pedidos de Relaxamento de Prisão
individuais e proferidas entre os dias 28 de março e 11 de abril deste ano. Os
juízes da Vara de Delitos de Organizações Criminosas consideraram o excesso de
prazo das prisões.
O processo criminal principal, que tinha 220 réus (com denúncia do MPCE
recebida há um ano e cinco meses), foi desmembrado em dez novos processos.
Mesmo assim, alguns acusados não foram localizados para serem intimados e
apresentarem defesa, o que prejudicou o andamento das ações penais.
A primeira soltura foi do réu Vinícius Alves da Silva, que estava detido desde
27 de agosto de 2020.
O relaxamento de uma prisão levou as defesas dos outros réus a também pedirem
por liberdade, em razão do excesso de prazo da detenção e também da extensão do
benefício.
FORAM SOLTOS OS SEGUINTES RÉUS
Vinícius Alves da Silva
Juscelino Freitas
Oliveira
João Victor Carvalho
Sales
Francisco Aurelio Lima
de Sousa
Francisco Alexandre
Pinto de Lima
Jonh Wader dos Santos
Silva
David Gomes da Costa
Gracias Rodrigues de
Moraes
Francisco Arimateia
Alves de Sousa
Chefes da facção beneficiados por soltura - Entre os réus soltos, David Gomes da Costa e Gracias Rodrigues de Moraes
são apontados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações
Criminosas (Gaeco), do MPCE, como duas das 47 lideranças da facção paulista no
Ceará que viraram alvos da operação.
Os 220 membros da
facção paulista foram identificados a partir da prisão de James Machado
Cordeiro, o ‘Simpson’, em 2018, e da extração de dados do aparelho celular do
mesmo. A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco)
encontrou uma lista com o cadastro dos faccionados, com informações pessoais e
sobre a participação individual na organização criminosa.
Entre os principais líderes da facção no Ceará estão um microempresário do ramo
de festas e bufês (‘Simpson’), um peruano condenado por tráfico internacional
de drogas e também um pescador condenado pelo triplo homicídio de uma família.
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