Os agentes eram acusados pelos crimes de omissão de lealdade militar e atentado contra viatura
Mais cinco policiais
militares acusados de participarem do motim no Ceará no ano de 2020 foram
absolvidos. Com as decisões publicadas no Diário da Justiça dessa quarta-feira
(8), já são cerca de 250 PMs inocentados sumariamente. Outros 20 agentes da
Segurança Pública do Ceará receberam punição administrativa máxima com expulsão
ou demissão por participarem da paralisação.
Nas decisões mais recentes foram
absolvidos o subtenente Marcos Mecedo Landim e os sargentos Wendel Freitas
Alves, Heldir Cabral Lima e Raimundo Nonato Freitas dos Santos, além do soldado
Rogério de Almeida da Silva. Todos eles tinham sido acusados pelos crimes de
omissão de lealdade militar e atentado contra viatura.
Os agentes Marcos, Wendel e Heldir foram denunciados devido a um episódio do
dia 18 de fevereiro de 2020. Consta na acusação que por volta das 21h30, em
Barbalha, os acusados foram interceptados por homens encapuzados que dirigiam
motos e conduziam um veículo não identificado.
Os homens exigiram dos policiais a entrega de uma viatura, que foi levada pelos
encapuzados. Para o Ministério Público do Ceará (MPCE), "ao invés dos
denunciados cumprirem seu dever de coragem e lealdade para com a corporação
militar, aquiesceram-se, covardemente de forma inanimada, às determinações do
grupo criminoso em tela, não usando meios necessários para repelir o arrebatamento
da viatura policial".
O conselho decidiu de forma unânime que não existem provas de que os acusados
cometeram os crimes. Na prova colhida em fase inquisitorial ficou apontado que
a ação dos encapuzados foi rápida e envolveu diversos homens armados.
POLICIAIS RENDIDOS - O sargento Raimundo
Nonato Freitas dos Santos e o soldado Rogério de Almeida da Silva eram lotados
em Beberibe. No dia 20 de fevereiro de 2020, por volta das 23h30, eles também
foram rendidos por homens encapuzados e armados. Consta na denúncia que a dupla
estava dentro da viatura e foi ameaçada a sair do carro.
Conforme o inquérito, a ação foi rápida e envolveu quatro homens armados
com pistolas. Os PMs teriam ficado impossibilitados de agir por estarem em
desvantagem numérica. A versão dos denunciados não foi contrariada por nenhuma
prova.
Nos dois casos, o conselho destacou ainda que uma ação enérgica dos
acusados poderia resultar em consequências imprevisíveis.
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