Um líder da organização criminosa no Estado e outro preso
foram resgatados da cadeia quatro dias depois da detenção, em um resgate que
deixou um PM morto
Um grupo ligado a uma
organização criminosa paulista, que escondia drogas em buracos no Município de
Milhã, no Interior do Ceará, foi condenado a um total de 73 anos de prisão pela
Justiça Estadual. Entre os quatro réus está uma das maiores lideranças da
facção no Estado, Carlos Odeon Bandeira,
o 'Jhow'. Ele e outro preso foram resgatados da cadeia quatro dias depois
da detenção, em um resgate que resultou
também na morte de um policial militar.
A sentença foi proferida pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas no
último dia 19 de maio e publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) da
última quinta-feira (2). O grupo foi condenado pelos crimes de organização
criminosa e tráfico de drogas e absolvido dos crimes de corrupção de menores,
associação para o tráfico e posse de equipamentos para a produção de drogas.
CONFIRA A PENA DE CADA ACUSADO
- Carlos Odeon Bandeira, o 'Jhow' - 21 anos e 3 meses de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime
fechado (prisão preventiva mantida).
- Givanildo da Silva, o 'Branco' - 16 anos e 3 meses de reclusão, a
serem cumpridos inicialmente em regime fechado (prisão preventiva mantida).
- Francisco Tarcísio da Silva Filho, o 'Pain' - 16 anos e 3 meses de
reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado (prisão preventiva
mantida).
- Jackcilanio de Sousa Rufino, o 'Vaqueiro' - 19 anos e 5 meses de
reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado (prisão preventiva
mantida).
A Justiça determinou
ainda que a droga apreendida com os réus (pequenas quantidades de crack,
cocaína e maconha) seja incinerada e que os bens e valores recolhidos pela
Polícia (duas motocicletas, prensa hidráulica e vasto material para preparo da
droga) sejam revertidos para o Fundo Nacional Antidrogas (Funad).
Os réus foram presos e o laboratório de drogas desarticulado com a deflagração
da Operação Ilha de Guantánamo, em Milhã, no dia 8 de dezembro de 2017. As
drogas eram preparadas em uma estrutura montada em um sítio localizado na zona
rural. O local era considerado um ponto de distribuição de entorpecentes da
facção paulista no Estado.
De acordo com a
sentença judicial, 'Jhow' era o líder da organização criminosa e do tráfico de
drogas da região. 'Branco', que era padrasto de 'Jhow', tinha a missão de
manipular os entorpecentes. 'Pain' era olheiro da quadrilha e também cavava
buracos para enterrar a droga. Enquanto 'Vaqueiro' era um dos vendedores do
material ilícito.
Durante as investigações, a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) chegou a um
adolescente que também era utilizado como olheiro da facção criminosa (isto é,
monitorava qualquer ação ao redor do sítio que pudesse colocar o negócio
ilícito em perigo) e que recebia droga como compensação pelo trabalho.
RESGATE DE PRESOS E MORTE DE PM - Quatro dias depois da prisão dos quatro suspeitos, comparsas empregaram
uma ação criminosa na Cadeia Pública de Milhã para resgatá-los. O sargento Izaías dos Santos Lima, da
Polícia Militar do Ceará (PMCE), reagiu e foi baleado pelos criminosos. O PM
chegou a ser socorrido ao hospital, mas morreu.
'Jhow' e o padrasto 'Branco' foram resgatados da Cadeia de Milhã, mas terminaram
perseguidos e presos em Fortaleza, horas depois. Mais dois dias foram os suficientes
para Carlos Odeon fugir de uma nova unidade penitenciária cearense. O líder da
facção paulista foi recapturado de novo apenas em 17 de julho de 2018, em São
Paulo.
VEJA VÍDEO DO RESGATE
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