domingo, 5 de junho de 2022

Membros de facção paulista que escondiam drogas em buracos no CE são condenados ao total de 73 anos

Um líder da organização criminosa no Estado e outro preso foram resgatados da cadeia quatro dias depois da detenção, em um resgate que deixou um PM morto

A sentença foi proferida pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas no último dia 19 de maio

Um grupo ligado a uma organização criminosa paulista, que escondia drogas em buracos no Município de Milhã, no Interior do Ceará, foi condenado a um total de 73 anos de prisão pela Justiça Estadual. Entre os quatro réus está uma das maiores lideranças da facção no Estado, Carlos Odeon Bandeira, o 'Jhow'. Ele e outro preso foram resgatados da cadeia quatro dias depois da detenção, em um resgate que resultou também na morte de um policial militar.
A sentença foi proferida pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas no último dia 19 de maio e publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) da última quinta-feira (2). O grupo foi condenado pelos crimes de organização criminosa e tráfico de drogas e absolvido dos crimes de corrupção de menores, associação para o tráfico e posse de equipamentos para a produção de drogas.

CONFIRA A PENA DE CADA ACUSADO

- Carlos Odeon Bandeira, o 'Jhow' - 21 anos e 3 meses de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado (prisão preventiva mantida).

- Givanildo da Silva, o 'Branco' - 16 anos e 3 meses de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado (prisão preventiva mantida).

- Francisco Tarcísio da Silva Filho, o 'Pain' - 16 anos e 3 meses de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado (prisão preventiva mantida).

- Jackcilanio de Sousa Rufino, o 'Vaqueiro' - 19 anos e 5 meses de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado (prisão preventiva mantida).

A Justiça determinou ainda que a droga apreendida com os réus (pequenas quantidades de crack, cocaína e maconha) seja incinerada e que os bens e valores recolhidos pela Polícia (duas motocicletas, prensa hidráulica e vasto material para preparo da droga) sejam revertidos para o Fundo Nacional Antidrogas (Funad).
Os réus foram presos e o laboratório de drogas desarticulado com a deflagração da Operação Ilha de Guantánamo, em Milhã, no dia 8 de dezembro de 2017. As drogas eram preparadas em uma estrutura montada em um sítio localizado na zona rural. O local era considerado um ponto de distribuição de entorpecentes da facção paulista no Estado.
De acordo com a sentença judicial, 'Jhow' era o líder da organização criminosa e do tráfico de drogas da região. 'Branco', que era padrasto de 'Jhow', tinha a missão de manipular os entorpecentes. 'Pain' era olheiro da quadrilha e também cavava buracos para enterrar a droga. Enquanto 'Vaqueiro' era um dos vendedores do material ilícito.
Durante as investigações, a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) chegou a um adolescente que também era utilizado como olheiro da facção criminosa (isto é, monitorava qualquer ação ao redor do sítio que pudesse colocar o negócio ilícito em perigo) e que recebia droga como compensação pelo trabalho.

RESGATE DE PRESOS E MORTE DE PM - Quatro dias depois da prisão dos quatro suspeitos, comparsas empregaram uma ação criminosa na Cadeia Pública de Milhã para resgatá-los. O sargento Izaías dos Santos Lima, da Polícia Militar do Ceará (PMCE), reagiu e foi baleado pelos criminosos. O PM chegou a ser socorrido ao hospital, mas morreu.
'Jhow' e o padrasto 'Branco' foram resgatados da Cadeia de Milhã, mas terminaram perseguidos e presos em Fortaleza, horas depois. Mais dois dias foram os suficientes para Carlos Odeon fugir de uma nova unidade penitenciária cearense. O líder da facção paulista foi recapturado de novo apenas em 17 de julho de 2018, em São Paulo.

VEJA VÍDEO DO RESGATE

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