terça-feira, 21 de junho de 2022

Quadrilha junina é interrompida durante apresentação por ter inspiração no candomblé

A situação aconteceu no último domingo, no momento em que os participantes se apresentavam de branco em homenagem à Santa Dulce

Apresentação do grupo junino Trem Maluco, em homenagem à Santa Dulce

A quadrilha junina Trem Maluco teve uma apresentação interrompida em Uruburetama, no interior do Ceará, por ter uma parte do número inspirado no candomblé. Os participantes do grupo afirmam que a secretaria de Turismo e Cultura da cidade não queria que a apresentação continuasse alegando se tratar de "macumba". A situação aconteceu no último domingo (19), no momento em que os participantes se apresentavam de branco em homenagem à Santa Dulce, freira brasileira que desenvolveu um trabalho de ajuda aos pobres na Bahia.
A Prefeitura de Uruburetama lamentou o ocorrido, se solidarizou com os membros da quadrilha Trem Maluco e pediu desculpas pelo episódio. A prefeitura também disse que "não compactua, enquanto entidade que preza pelo bem comum da sociedade e da cultura, com nenhum tipo de preconceito ou intolerância".
O tema abordado pela quadrilha, segundo um dos participantes que prefere não ser identificado, é sobre Santa Dulce. Eles abriam a apresentação com a música "Batuques" quando houve a interrupção. A secretaria teria afirmado que o evento era católico, mas que "estava parecendo um terreiro de macumba".

Padre nega envolvimento em confusão - Em nota publicada nas redes sociais, o padre José Ránis da Paz Dias, da paróquia São João Batista, em Uruburetama, disse que o nome dele foi utilizado como justificativa para interromper a apresentação do grupo junino. O padre afirmou que sequer tinha conhecimento sobre o ocorrido e que não estava presente no momento da apresentação.
O religioso também se solidarizou com quem, "de alguma forma, se sentiu ofendido ou constrangido", e agradeceu ao grupo Trem Maluco "por contribuírem culturalmente para os festejos de São João Batista através da arte popular. Parabenizamos, também, pela desenvoltura ao nos trazer a história da irmã Dulce dos pobres, o anjo bom da Bahia, nossa primeira santa brasileira", disse o padre.

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