quinta-feira, 16 de junho de 2022

Sem corpo e sem processo - Por que o caso de jovem desaparecido após abordagem de PMs foi arquivado

Anderson foi visto pela última vez no dia 11 de junho de 2019, na companhia de militares - Testemunhas disseram tê-lo ouvido gritar pedindo por socorro

Anderson, 20, não é visto desde junho de 2019

Em 11 de junho de 2019 Anderson Henrique da Silva Rodrigues era visto pela última vez. Os vizinhos contam que se assustaram com os gritos vindos da casa de Anderson, que estava na companhia de policiais militares na cidade de Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Teve até quem testemunhou afirmando ter ouvido o jovem de 20 anos gritar por socorro, e depois ser colocado dentro de uma viatura, já desacordado.
Se passaram três anos e a família do jovem diz não saber mais a quem recorrer. A mãe, Maria Cristiane da Silva Leitão, acredita que o filho está morto: "nunca mais vão encontrar ele", e prefere não conversar muito sobre o assunto. Três anos depois, a Rede de Observatórios da Segurança apurou que o caso foi arquivado sem sequer ter se tornado um processo no Judiciário cearense.
Polícia Militar, Ministério Público do Ceará e Tribunal de Justiça do Ceará são unânimes ao dizer que o 'Caso Anderson' está arquivado. Sem corpo, sem processo e sem respostas. Afinal, o que aconteceu com Anderson Henrique depois daquele 11 de junho de 2019? Para Cristiane, "está claro que o caso vai ficar impune porque foram policiais". O 'coração de mãe' desacredita ainda ter notícias do filho e que seja feita "alguma Justiça que não seja a divina".

VERSÕES SOBRE A ABORDAGEM - Por volta das 11h de 11 de junho de 2019, Anderson Henrique da Silva Rodrigues ia até uma mercearia em Horizonte. Conforme a versão de testemunhas, já no estabelecimento, ele foi abordado por policiais militares, que chegaram o chamando de vagabundo e desferindo tapas.
Da mercearia, o jovem teria sido levado até a sua residência, também em Horizonte, onde os vizinhos viram PMs entrarem na casa e lá permanecerem por cerca de duas horas. Durante este tempo, de acordo com testemunhas que prestaram depoimentos à Polícia Civil, foram ouvidos gritos como "socorro, eles vão me matar".
Na versão da PMCE, a composição policial que abordou Anderson naquele dia realizou busca minuciosa e, quando nada de ilícito foi encontrado com ele, o suspeito foi liberado, e a equipe retornado ao patrulhamento de rotina. Não há informações oficiais se os militares envolvidos na ocorrência foram afastados das funções.

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