quarta-feira, 20 de julho de 2022

Policial militar do Ceará também se passava por médico e advogado no Rio Grande do Norte

Atuação se dava em Mossoró e em cidades vizinhas - Suspeito estudou Enfermagem e Direito no Brasil, mas não concluiu os cursos

Falso médico publicava fotografias dos plantões médicos em uma rede social

O soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, de 34 anos, preso em flagrante no último sábado (16) por exercício ilegal da medicina no Interior do Estado, também se passava por médico e por advogado no seu estado de origem, o Rio Grande do Norte.
Segundo uma fonte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Khlisto Sanderson deu plantões médicos com o registro de outro profissional, em hospitais de Mossoró, Felipe Guerra e Governador Dix-Sept Rosado - cidades do Rio Grande do Norte que ficam próximas.

Policial militar também se passava como advogado no Rio Grande do Norte

Já a atuação como falso advogado se dava principalmente nas ruas de Mossoró, onde o suspeito cooptava clientes para um escritório de advocacia real (com advogados certificados), mas dizia que ele era um dos profissionais do Direito. Os interessados pagavam pelo serviço, mas os casos, geralmente, não eram solucionados na Justiça.
Khlisto Sanderson estudou Enfermagem e Direito no Brasil, quando adquiriu conhecimentos sobre medicina e advocacia, mas não concluiu os cursos, segundo a fonte.
Afastado da Polícia Militar do Ceará por Licença para Tratamento de Saúde (LTS), com pagamento de salário, o PM leva uma vida confortável, com ostentação nas redes sociais. Ele chegava até a publicar fotografias dos plantões médicos.

COMO O PM SE PASSOU POR MÉDICO - Khlisto Sanderson foi preso na noite do último sábado (16) suspeito de exercer ilegalmente a Medicina em uma unidade de saúde em Paraibapa, litoral oeste do Ceará. Ele foi solto horas depois, em audiência de custódia.
O modus operandi adotado pelo soldado para conseguir se passar por médico. O homem teria conseguido a vaga por meio de um grupo de Whatsapp e disse saber que não poderia exercer a Medicina no Brasil.
Quando detido, Khlisto apresentou aos policiais sua carteira funcional da PMCE e disse ter consciência de que não tinha habilitação para exercer a Medicina no Brasil. Ele disse aos policiais que teria cursado Medicina no exterior, precisamente no Paraguai, e que, por meio de um grupo de Whatsapp, conseguiu vaga para substituir um plantonista no Hospital Público de Paraipaba. O soldado diz não ter feito a revalidação do curso para atuar no Brasil
Na versão do suspeito, ele não tinha acesso ao sistema de prontuário e atendia pacientes por meio de um registro profissional feito de forma manual. Para validar as receitas repassadas, se valia de um carimbo que teria sido emprestado por um médico do Rio Grande do Norte.
A Polícia Militar do Ceará informou, em nota, que "o policial em questão encontra-se afastado das suas atividades por meio de licença para tratamento de saúde. Atualmente, encontra-se na situação de agregado por, há mais de um ano, estar nessa condição". A Corporação acrescentou que irá enviar o caso para apuração administrativa na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Por sua vez, a CGD informou, em nota, que, "tendo em vista a existência de ação penal em contexto de violência doméstica e familiar, em trâmite no Juizado de Violência Doméstica da Comarca de Mossoró/RN, foi determinada a instauração de procedimento disciplinar para a devida apuração na seara administrativa".

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