Atuação se dava em Mossoró e em cidades vizinhas - Suspeito
estudou Enfermagem e Direito no Brasil, mas não concluiu os cursos
O soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Khlisto
Sanderson Ibiapino de Albuquerque, de 34 anos, preso em
flagrante no último sábado (16) por exercício ilegal da medicina no Interior do
Estado, também se passava por médico e por advogado no seu estado de origem, o
Rio Grande do Norte.
Segundo uma fonte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará
(SSPDS), Khlisto Sanderson deu plantões médicos com o registro de outro
profissional, em hospitais de Mossoró, Felipe Guerra e Governador Dix-Sept
Rosado - cidades do Rio Grande do Norte que ficam próximas.
Já a atuação como falso advogado se dava principalmente nas ruas de Mossoró, onde o suspeito cooptava
clientes para um escritório de advocacia real (com advogados certificados), mas
dizia que ele era um dos profissionais do Direito. Os interessados pagavam pelo
serviço, mas os casos, geralmente, não eram solucionados na Justiça.
Khlisto Sanderson estudou Enfermagem e Direito no Brasil, quando adquiriu
conhecimentos sobre medicina e advocacia, mas não concluiu os cursos, segundo a
fonte.
Afastado da Polícia Militar do Ceará por Licença para Tratamento de Saúde
(LTS), com pagamento de salário, o PM leva uma vida confortável, com ostentação
nas redes sociais. Ele chegava até a
publicar fotografias dos plantões médicos.
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COMO O PM SE PASSOU POR MÉDICO - Khlisto Sanderson foi preso na noite do último sábado (16) suspeito de
exercer ilegalmente a Medicina em uma unidade de saúde em Paraibapa, litoral
oeste do Ceará. Ele foi solto horas depois,
em audiência de custódia.
O modus operandi adotado pelo soldado para conseguir se passar por médico.
O homem teria conseguido a vaga por meio de um grupo de Whatsapp e disse saber
que não poderia exercer a Medicina no Brasil.
Quando detido, Khlisto apresentou aos policiais sua carteira funcional da
PMCE e disse ter consciência de que não tinha habilitação para exercer a
Medicina no Brasil. Ele disse aos policiais que teria cursado Medicina no
exterior, precisamente no Paraguai, e que, por meio de um grupo de Whatsapp,
conseguiu vaga para substituir um plantonista no Hospital Público de Paraipaba.
O soldado diz não ter feito a
revalidação do curso para atuar no Brasil
Na versão do suspeito,
ele não tinha acesso ao sistema de prontuário e atendia pacientes por meio de
um registro profissional feito de forma manual. Para validar as receitas
repassadas, se valia de um carimbo que teria sido emprestado por um médico do
Rio Grande do Norte.
A Polícia Militar do Ceará informou, em nota, que "o policial em questão
encontra-se afastado das suas atividades por meio de licença para tratamento de
saúde. Atualmente, encontra-se na situação de agregado por, há mais de um ano,
estar nessa condição". A Corporação acrescentou que irá enviar o caso para
apuração administrativa na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de
Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Por sua vez, a CGD informou, em nota, que, "tendo em vista a existência de
ação penal em contexto de violência doméstica e familiar, em trâmite no Juizado
de Violência Doméstica da Comarca de Mossoró/RN, foi determinada a instauração
de procedimento disciplinar para a devida apuração na seara
administrativa".
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