segunda-feira, 18 de julho de 2022

Policial preso se passando por médico receitou morfina para paciente no Ceará

Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, de 34 anos, também atuou ilegalmente como plantonista no Hospital Municipal de Itapajé em, pelo menos, três ocasiões

Falso médico é preso por exercer ilegalmente a medicina no Ceará

Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, de 34 anos, policial militar preso ao se passar por médico na cidade de Paraipaba, também atuou ilegalmente como plantonista no Hospital Municipal de Itapajé, no interior do Ceará, em três ocasiões. Em um dos atendimentos o agente receitou morfina para uma paciente.
O agente usava o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de um médico do Rio Grande do Norte, que soube do uso indevido do seu documento e fez a denúncia que levou a prisão do policial que se passava por profissional de saúde.
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CREMERN), órgão em que o médico que teve o CRM copiado é inscrito, repudiou a atuação do falso médico e destacou a importância de formalizar denúncias contra a prática do charlatanismo.

Uso de morfina - Conforme uma fonte que terá a identidade preservada, ela foi atendida pelo policial que se passava por médico no Hospital e Maternidade João Ferreira Gomes, em Itapajé, no mês de junho.
Na ocasião, segundo a mulher, ela estava sentindo muito dor e foi consultada primeiro por outro profissional e ficou internada na unidade, onde foi medicada. Durante o internamento, as dores aumentaram, ela chamou as enfermeiras, que acionaram Khlisto, que estava de plantão na unidade.
A mulher relatou ainda que o policial que se passava por médico fez anotações no prontuário, que levou as enfermeiras a aplicarem morfina nela, o mesmo que ela já tinha tomado quando foi atendida pelo primeiro médico.
Ao ver o vídeo da prisão de Khlisto por se passar por médico em um hospital de Paraipaba a mulher reconheceu ele como sendo o mesmo que a atendeu em Itapajé.
Outra testemunha, que também reconheceu o policial após a prisão, relatou que na última sexta-feira (15) ele tirou plantão na mesma unidade de Itapajé e chegou a receitar remédios para uma criança de 2 anos que estava com febre e vomitando.
Durante a prisão, Khlisto informou a Polícia Civil que cursou medicina no Paraguai e conseguiu a vaga por meio de um grupo de WhatsApp.
Ele foi conduzido pela Polícia Civil à Delegacia Metropolitana de Caucaia, unidade plantonista, onde foi autuado em flagrante por exercício ilegal da medicina e falsa identidade.
Khlisto Sanderson foi solto no domingo (17), em uma audiência de custódia. Na decisão, a juíza de plantão suspendeu os efeitos da prisão em flagrante e concedeu a liberdade provisória do PM, com dispensa do pagamento de fiança.
Khlisto é soldado da Polícia Militar do Ceará e também responde judicialmente por violência doméstica na Comarca de Fortaleza, em 2020, por suspeita de agredir uma mulher na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Pena de até dois anos - De acordo com o artigo 282 do código penal brasileiro, "exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites" pode pegar pena de detenção de seis meses a dois anos. Se o crime for praticado com o fim de lucro, é aplicado multa.

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