O policial militar e um comparsa viraram réus por dois assassinatos e uma tentativa de homicídio - A dupla rebate a denúncia
Duas munições
encontradas em um local de crime, em Fortaleza, saíram de uma arma de fogo de
um policial militar do Ceará, segundo o laudo pericial. O PM e um comparsa
viraram réus, na Justiça Estadual, pelo duplo homicídio e por uma tentativa de
homicídio.
Conforme o laudo elaborado pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce), "os
estojos E1 e E2, ao serem comparados entre si, apresentam convergência". E
que "o estojo E1, ao ser comparado com o estojo padrão, apresenta
convergência [...] concluindo o perito que os estojos foram percutidos pelo
sistema percussão da arma 01 pistola".
O Exame de Confrontação
Balística e outros laudos periciais, além do depoimento de testemunhas,
basearam a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra o soldado da Polícia Militar do Ceará
(PMCE) Handriê Fernandes de Souza e seu comparsa, Ítalo Jardel Farias Oliveira,
apresentada à Justiça no dia 24 de outubro.
Dois dias depois, a denúncia foi recebida pela 5ª Vara do Júri de Fortaleza.
Com isso, os acusados viraram réus na Justiça por duplo homicídio qualificado
(por motivo torpe, dificuldade de defesa das vítimas e emprego de meio que
resultou perigo comum) e por tentativa de homicídio qualificado (pelas mesmas
qualificadoras).
MOTORISTA DE APLICATIVO NÃO ERA ALVO DO ATAQUE - O motorista de aplicativo Max Bley Loureira Alves e um homem identificado
apenas como Charles Júnior foram mortos a tiros em Fortaleza, no dia 13 de
outubro deste ano.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará, o alvo da ação
criminosa era Charles, que conduzia um veículo Chevrolet Cruze, junto de um amigo,
que também ficou ferido com os tiros, mas foi socorrido com vida.
A motivação para o assassinato de Max Bley - que trabalhava dirigindo um
veículo Chevrolet Onix com uma família que ia para o Aeroporto de Fortaleza -
ainda é desconhecida pelas autoridades.
O soldado Handriê Fernandes e Ítalo Jardel estariam em uma motocicleta -
que pertencia ao policial militar - quando desferiram tiros contra os dois
veículos. As placas do veículo levaram a Polícia à dupla acusada pelo crime,
que foi presa em flagrante e, depois, teve a prisão preventiva decretada pela
Justiça.
De acordo com as investigações, os acusados foram contratados por um
proprietário de uma sucata para matarem Charles Júnior. O motivo seria uma
dívida que a vítima tinha com o mandante do crime.
DEFESA DOS ACUSADOS LEVANTA OUTRA TESE - No processo criminal, a defesa de Handriê Fernandes e Ítalo Jardel
levanta a tese de que o motorista de aplicativo Max Bley foi baleado e morto
pelo homem identificado como Charles Júnior, o qual tinha resíduos de chumbo
nas duas mãos, segundo laudo pericial elaborado pela Pefoce.
Segundo a defesa, a investigação acessou o aparelho celular de Ítalo Jardel sem
autorização, o que "é prova ilícita". O advogado criticou a denúncia
do Ministério Público do Ceará contra os clientes e pediu à Justiça Estadual
pela liberdade dos mesmos.
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