O Ministério Público considera abuso de poder da função
pública e diz que "as circunstâncias do crime são especialmente
censuráveis"
O Ministério Público do
Ceará (MPCE) denunciou o capitão da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Francisco de Assis Barbosa Lima, por
tentativa de homicídio com motivo fútil, devido à divergência política. A
acusação foi formalizada e enviada à Justiça na última quinta-feira (17).
O promotor da 111ª Promotoria de Justiça
de Fortaleza pede ainda decretação da perda da função pública do capitão,
"tendo em vista que a conduta do acusado se deu com abuso de poder da
função pública que ocupa (integrante da polícia militar, com prerrogativa de
portar arma de fogo)".
Para o órgão acusatório, a
necessidade da perda do cargo "está amplamente comprovada" e "as
circunstâncias do crime são especialmente censuráveis". A vítima da
tentativa de assassinato é um capitão do Exército Brasileiro. Ele foi baleado
no dia 30 de outubro de 2022, data do 2º turno das eleições para presidente no
Brasil.
O QUE DIZ A ACUSAÇÃO - O crime aconteceu por
volta das 4h30, o acusado efetuou os disparos dentro de um condomínio
residencial na Messejana e atingiu a região do abdome da vítima. Ele fugiu, mas
foi localizado em uma barreira da Polícia Rodoviária Estadual, já em Aquiraz.
Consta nos autos que vítima e denunciado iniciaram discussão de motivação
política. "Após a discussão, o acusado Francisco de Assis, insatisfeito
por não convencer a vítima de sua preferência política, se dirigiu até o carro
da vítima e retirou adesivos e bandeiras do partido político apoiado pela
vítima".
Agora, cabe ao Judiciário aceitar ou não a denúncia. Caso a peça seja recebida,
o capitão se tornará réu.
APURAÇÃO ADMINISTRATIVA - No último dia 10 de
novembro, a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) publicou no Diário Oficial
do Ceará que instaurou um conselho de justificação com a finalidade de apurar
as condutas transgressivas atribuídas ao capitão "bem como a sua incapacidade
para permanecer na situação de inatividade da Polícia Militar do Ceará".
Francisco de Assis continua preso.
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