Petição foi ajuizada por grupo de advogados contra cearense e outros cinco parlamentares
O deputado federal
eleito André Fernandes (PL) é alvo de ação ajuizada no Supremo Tribunal Federal
(STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A petição apresentada contra o
cearense pede que este tenha a diplomação suspensa, ocasionando assim o
impedimento para que tome posse na Câmara dos Deputados no próximo dia 1° de
fevereiro.
A iniciativa é dos advogados Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos
Santos e Pedro Serrano, do grupo Prerrogativas. Além deles, outros três
deputados federais e dois estaduais eleitos também tiveram a suspensão do
diploma pedida pela petição.
Na ação judicial, é citada publicação de André Fernandes nas redes sociais para
embasar a acusação de que o parlamentar tenha apoiado ou mesmo incitado os atos
terroristas de que foram alvo, no último domingo, o Palácio do Planalto, o
Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na publicação citada, o parlamentar
cearense divulga “ato contra o governo Lula". "Neste final de semana
acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula.
Estaremos lá", escreveu André Fernandes na sua conta do Twitter na última
sexta-feira (6), dois dias antes dos atos terroristas.
O parlamentar acabou não comparecendo e disse ter sido pego "de
surpresa" com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
PEDIDO DE SUSPENSÃO DE DIPLOMA DOS ELEITOS - Além dele, outros cinco deputados também são alvo da ação. São eles os
federais eleitos Carlos Jordy (PL-RJ), Silvia Waiãpi (PL-AP), Nikolas Ferreira
(PL-MG) e os estaduais eleitos Sargento Rodrigues (PL-MG) e Walber Virgolino
(PL-PB). Em todos os casos, são citadas manifestações e publicações dos
parlamentares eleitos para embasar a denúncia.
A ação afirma que o "apoio público a atos atentatórios ao Regime
Democrático configura, de maneira clara e direta, comportamento incompatível
com o decoro parlamentar".
O documento afirma ainda que "as condutas praticadas pelos requeridos
configuram causa de inelegibilidade de natureza constitucional".
"Não é aceitável ou imaginável que pessoas que tenham sido eleitas
como representantes do povo em um regime democrático, por meio de eleição
livre, possam apoiar, incentivar e mesmo participar de atos que atentem contra
o Estado Democrático de Direito".
DENÚNCIAS CONTRA DEPUTADO CEARENSE - André Fernandes já é alvo de investigação do Ministério Público Federal
por suspeita de incitar a invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes em
Brasília. A abertura de inquérito também se baseia nas postagens do parlamentar
nas redes sociais.
Ele publicou, na última sexta-feira (6), dois dias antes dos atos
terroristas em Brasília, vídeo e comentário no Twitter, afirmando que no fim de
semana ocorreria o primeiro ato contra o governo Lula. Depois da invasão, ele
postou foto da porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes vandalizada
pelos terroristas. Junto à imagem, acrescentou "não pode rir". As
duas publicações foram apagadas do perfil do parlamentar.
O Psol também pediu a inclusão de André Fernandes no inquérito dos atos
antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal.
A investigação contra o parlamentar deve chegar também ao Conselho de Ética
da Câmara dos Deputados. O líder do Governo Lula na Casa, José Guimarães (PT),
informou que irá denunciar Fernandes ao colegiado com intenção de "cassar
o mandato" do bolsonarista e de outros 9 parlamentares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário