quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Ação no STF e no TSE pede a cassação do mandato de André Fernandes na Câmara Federal

Petição foi ajuizada por grupo de advogados contra cearense e outros cinco parlamentares

Ação no STF e no TSE pede a suspensão do diploma de eleito de André Fernandes

O deputado federal eleito André Fernandes (PL) é alvo de ação ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A petição apresentada contra o cearense pede que este tenha a diplomação suspensa, ocasionando assim o impedimento para que tome posse na Câmara dos Deputados no próximo dia 1° de fevereiro.
A iniciativa é dos advogados Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos Santos e Pedro Serrano, do grupo Prerrogativas. Além deles, outros três deputados federais e dois estaduais eleitos também tiveram a suspensão do diploma pedida pela petição.
Na ação judicial, é citada publicação de André Fernandes nas redes sociais para embasar a acusação de que o parlamentar tenha apoiado ou mesmo incitado os atos terroristas de que foram alvo, no último domingo, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na publicação citada, o parlamentar cearense divulga “ato contra o governo Lula". "Neste final de semana acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula. Estaremos lá", escreveu André Fernandes na sua conta do Twitter na última sexta-feira (6), dois dias antes dos atos terroristas.
O parlamentar acabou não comparecendo e disse ter sido pego "de surpresa" com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

PEDIDO DE SUSPENSÃO DE DIPLOMA DOS ELEITOS - Além dele, outros cinco deputados também são alvo da ação. São eles os federais eleitos Carlos Jordy (PL-RJ), Silvia Waiãpi (PL-AP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e os estaduais eleitos Sargento Rodrigues (PL-MG) e Walber Virgolino (PL-PB). Em todos os casos, são citadas manifestações e publicações dos parlamentares eleitos para embasar a denúncia.
A ação afirma que o "apoio público a atos atentatórios ao Regime Democrático configura, de maneira clara e direta, comportamento incompatível com o decoro parlamentar". 
O documento afirma ainda que "as condutas praticadas pelos requeridos configuram causa de inelegibilidade de natureza constitucional".
"Não é aceitável ou imaginável que pessoas que tenham sido eleitas como representantes do povo em um regime democrático, por meio de eleição livre, possam apoiar, incentivar e mesmo participar de atos que atentem contra o Estado Democrático de Direito".

DENÚNCIAS CONTRA DEPUTADO CEARENSE - André Fernandes já é alvo de investigação do Ministério Público Federal por suspeita de incitar a invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. A abertura de inquérito também se baseia nas postagens do parlamentar nas redes sociais.
Ele publicou, na última sexta-feira (6), dois dias antes dos atos terroristas em Brasília, vídeo e comentário no Twitter, afirmando que no fim de semana ocorreria o primeiro ato contra o governo Lula. Depois da invasão, ele postou foto da porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes vandalizada pelos terroristas. Junto à imagem, acrescentou "não pode rir". As duas publicações foram apagadas do perfil do parlamentar. 
O Psol também pediu a inclusão de André Fernandes no inquérito dos atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal.
A investigação contra o parlamentar deve chegar também ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O líder do Governo Lula na Casa, José Guimarães (PT), informou que irá denunciar Fernandes ao colegiado com intenção de "cassar o mandato" do bolsonarista e de outros 9 parlamentares.

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