A Polícia Civil divulgou um balanço, nesta segunda, sobre as prisões do dia anterior e sobre os crimes detectados até o momento
O Judiciário e a
Polícia realizam uma força-tarefa para identificar os envolvidos nos episódios
de terrorismo observados no último domingo (8), em Brasília, e investigar como
cada um atuou. Ainda no fim de semana, foram presos 209 pessoas em flagrante,
disse o ministro da Justiça, Flávio Dino
(PSB), em coletiva de imprensa nesta segunda (9).
As operações seguiram por esta segunda, quando o Exército deteve mais 1,2 mil
pessoas em acampamentos situados próximos aos quarteis militares.
A capital federal foi palco, no domingo,
de um dos episódios mais lamentáveis da história política brasileira, quando
terroristas invadiram as sedes dos Três Poderes.
O resultado foi um cenário de destruição do patrimônio público e histórico, de
obras de arte, de violência, de conivência do governo do Distrito Federal e de
ataque à democracia. A Polícia Civil divulgou um balanço, nesta segunda, sobre
as prisões do dia anterior e crimes detectados até o momento.
Segundo a corporação, foram presas pessoas maiores e menores de idade, que
foram submetidas a procedimentos legais e encaminhadas à carceragem da Polícia
Civil, onde permanecem à disposição da Justiça.
Entre os adultos, foi identificada a prática de crimes de menor e de maior
potencial ofensivo. No primeiro caso, eles foram liberados pelas autoridades
policiais após a assinatura dos termos de comparecimento à Justiça. Já no
segundo, há o risco de eles permanecerem em regime fechado, sendo encaminhados
ao sistema prisional do Distrito Federal.
Os adolescentes infratores, por sua vez, foram apresentados às delegacias da
Criança e do Adolescente (DCA) para os devidos procedimentos. Posteriormente,
podem ser conduzidos ao Núcleo de Atendimento Integrado (NAI), caso a Justiça
defira a internação pelos atos infracionais praticados. Neste caso, a detenção
máxima para um adolescente infrator é de três anos, com a avaliação semestral
de um juiz.
PENALIZAÇÃO - Apesar de ainda
precisar de entendimento da Justiça sobre o enquadramento dos crimes observados
na Lei Antiterrorismo, a Polícia Civil detectou, até o momento, a prática dos
seguintes crimes: lesão corporal, dano, roubo a transeunte, dano a bem público,
furtos diversos, porte de arma branca, ato obsceno, desacato, golpe de estado,
apreensão, apreensão de bens irregulares, cumprimento de mandado de prisão,
desobediência, corrupção ativa, resistência, ato infracional, além de outros
que estão em apuração.
Para os crimes de menor potencial ofensivo, não há alternativa de multa e a
pena de detenção não é superior a dois anos. É o caso de crimes de ameaça, de
lesão corporal, de desacato, entre outros.
ATAQUES À IMPRENSA - Nas últimas semanas, as
agressões a profissionais da imprensa saíram do campo verbal e entraram no
campo físico. Neste domingo, em Brasília, a escalada de violência ganhou um
novo e lamentável patamar com os relatos de roubos, espancamentos, ameaças de
morte, entre outros crimes sofridos por jornalistas.
De acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), há, pelo menos,
dez registros de violência contra profissionais da imprensa que trabalharam na
cobertura dos atos golpistas de domingo.
Segundo o ministro Flávio Dino, essas denúncias também estão sendo apuradas
pela Polícia.
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