Assim como o prestador de serviços, o parlamentar também é alvo de investigação por suposta incitação às ações golpistas contra a democracia brasileira
Preso em Brasília pela
atuação nos atos terroristas registrados na Capital Federal no último dia 8 de
janeiro, o cearense Wenderson Luiz
Brandão Barros, 23, foi contratado, meses antes, pelo deputado federal André
Fernandes (PL) para “serviços gerais” em prol de sua candidatura nas eleições
do ano passado.
Assim como o prestador de serviços, o parlamentar também é alvo de
investigação por suposta incitação às ações golpistas contra a democracia
brasileira. 15 cearenses estão presos no Distrito Federal e outros 11 são
monitorados por suspeita de terem participado dos atos que vandalizaram as sedes
dos Três Poderes em 8/1.
Wenderson recebeu o pagamento pela prestação dos serviços no último dia 1º
de setembro, segundo consta na Justiça Eleitoral, sob justificativa de “despesa
com pessoal”.
Outros dois cearenses suspeitos de terrorismo, por outro lado, fizeram
doações para o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PL), que acabou
derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). André Fernandes é o principal aliado do ex-presidente no Ceará.
INVESTIGAÇÃO - No último dia 24 de
janeiro, André Fernandes tornou-se alvo de inquérito que investiga os atos
terroristas registrados em Brasília em 8/1. A apuração foi determinada pelo
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu ao
pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
André Fernandes é suspeito dos crimes de “terrorismo, associação criminosa,
abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça,
perseguição e incitação ao crime”.
O cearense publicou, na sexta-feira (6), antevéspera dos atos golpistas,
vídeo e comentário no Twitter afirmando que no fim de semana ocorreria o
primeiro ato contra o governo Lula. Depois da invasão, ele postou foto da porta
do gabinete do ministro Alexandre de Moraes vandalizada pelos terroristas com a
legenda: “quem rir vai preso”.
O parlamentar nega que tenha incitado atos golpistas. “Não tinha como adivinhar a tragédia que iria acontecer. Não participei
do ato, não estive em Brasília sequer, não incentivei e ainda fui um dos
primeiros a repudiar os atos de vandalismo”.
Nesta quinta-feira, o deputado confirmou que Wenderson prestou serviço durante
um mês na campanha eleitoral.
R$ 3 EM DOAÇÕES - Há ainda cearenses
presos no Distrito Federal que constam como doadores de campanha. Eles somam
repasses para o mesmo candidato: o ex-presidente Jair Bolsonaro. O montante
doado foi de R$ 3.
Tiago Pereira do Nascimento, 26, que atualmente está preso, doou R$ 2 para
a campanha do ex-mandatário. Monitorada por tornozeleira eletrônica, a cearense
Cecília Pereira do Nascimento, 34, doou R$ 1.
Os valores representam
uma mobilização do eleitorado bolsonarista mais fiel para seguir uma teoria
conspiracionista. Durante as últimas eleições, esse grupo de eleitores enviou
valores baixos em uma tentativa de usar os recibos como “arma antifraude” para
contabilizar os votos do então candidato.
Fonte – Diário do nordeste
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