Mãe, pai, filhas, genro, neta, ex-nora e amigos integravam um grupo suspeito de praticar extorsões contra empresários da carcinicultura
Bando também teria participado de homicídios na região
Dez mandados de
prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três
municípios do Ceará e um de Minas Gerais durante uma operação que teve alvo
pessoas de uma mesma família. Sete suspeitos são parentes e os três outros
possuem ligação com o grupo. A força-tarefa foi divulgada nesta
segunda-feira, 20, durante coletiva de imprensa.
Todos são apontados, em investigação da Polícia Civil do Ceará e Coordenadoria
de Inteligência (Coin), como responsáveis por crimes de extorsão a empresários
produtores de camarões e uma série de homicídios relacionados a essas
extorsões. Os mandados foram cumpridos
em Fortaleza, Caucaia, São João do Jaguaribe e na cidade de Mario Campos, em
Minas Gerais.
Conforme o titular do Departamento de Polícia Civil do Interior, delegado Pedro
Viana, foi criada uma força-tarefa para atuar no combate a criminalidade de São
João de Jaguaribe, que é o município com a maior taxa de homicídios por
100 mil habitantes, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança
Pública de 2021.
O trabalho foi desenvolvido por iniciativa da Secretaria da Segurança Pública e
Defesa Social do Estado (SSPDS). O objetivo era elucidar crimes de tráfico de
drogas, homicídios e crimes de extorsão.
O delegado Paulo Ernesto, titular de São João do Jaguaribe relata que as
investigações começaram em fevereiro deste ano com levantamentos sobre a morte
de Maria Jaqueline, que era ex-companheira de Guilherme Cazuza, um dos alvos da
operação. Após um desentendimento familiar ela foi vítima de execução, em
outubro de 2022.
Segundo a investigação
policial, os próprios familiares de Cazuza estariam envolvidos nesse homicídio
e foi identificada ainda a participação deles em outras ações.
Conforme a autoridade policial, as principais vítimas de extorsão eram os
produtores de camarões, a carcinicultura. "A região é muito rica e banhada
pelo Rio Jaguaribe. Temos várias fazendas de camarão e os produtores eram as
principais vítimas".
Em relação aos homicídios, o delegado afirma que as elucidações estão avançadas
e são realizados bloqueios de contas bancárias, sequestro de bens, busca e
apreensão, representação de prisões cautelares.
Foram presos Felício das Chagas, de 62 anos, Maria das Graças de Oliveira
Cazuza, 57 anos, Francisco Leite Cazuza, 59 anos, Girlene Cazuza de Oliveira,
de 37 anos, Girleide Cazuza de Oliveira, 35, Fátima Iara Oliveira Silva, de 19
anos, José Luciano Moura da Silva, de 39 anos, conhecido como Zé, Deividy
Isaquiel Aquino Mendes, 27 anos, conhecido como Benezinho, Francisco Glaudeci
da Silva, de 44 anos, conhecido como Garcia e Najara Martins Beserra, de 29
anos.
Conforme o delegado,
alguns dos suspeitos fugiram para outras cidades durante o decorrer das
oitivas, por isso aconteceram prisões em Fortaleza, Caucaia e em Minas Gerais.
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