Mais de 10 anos depois, o processo na esfera criminal segue
sem desfecho
A Controladoria Geral
de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) investiga,
administrativamente, a escrivã da Polícia Civil do Ceará Regina Lúcia Amorim Gomes pela morte de uma advogada. A policial
será julgada pelo júri popular sob acusação de ter ordenado o assassinato de Maria Danielle Ximenes, morta no
próprio escritório.
O caso aconteceu em 22 de julho de 2012, em Fortaleza, e a portaria com
instauração do processo administrativo-disciplinar foi publicada nessa
quarta-feira (29), no Diário Oficial do Estado (DOE). Mais de 10 anos após o
crime, o caso também segue tramitando na esfera criminal.
Regina Lúcia e Carlos Cley Rebouças
Rocha são apontados como autores do homicídio. Ambos foram denunciados pelo
Ministério Público do Ceará (MPCE) em outubro de 2012 e a mais recente
pronúncia (decisão de levar o acusado Cley Rocha ao júri popular) foi proferida
em 2022. A escrivã já tinha sido pronunciada em 2015, mas o julgamento ainda
não aconteceu.

A defesa de Carlos Cley
tenta a liberdade do réu. Nessa quarta-feira (29), a defesa dele protocolou
novo pedido requerendo a revogação da prisão preventiva, agora alegando
"excesso de prazo na marcha processual". O homem segue preso desde
2019, o que, para a defesa "é uma
verdadeira antecipação da pena".
SOBRE O CRIME - Conforme as
investigações, a escrivã da PCCE conheceu Carlos Cley na prisão, em Horizonte,
e o contratou para executar o crime.
A acusação aponta que Regina Lúcia considerava que Danielle a atrapalhava
em processos que movia contra um homem com quem tinha se relacionado, por
partilha de bens.
Havia várias ações judiciais em que a escrivã requeria bens do
ex-companheiro, com quem afirmava ter vivido maritalmente e que era
representado pela advogada.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou Regina como mandante do
crime e Carlos como o executor. A policial civil chegou a ser presa em novembro
de 2012, mas foi solta em abril de 2013 pelo Tribunal de Justiça do Ceará
(TJCE), sob a alegação de que ela não representava nenhum risco à ordem
pública. A escrivã sempre negou a
participação no crime.
MORTE EM MARACANAÚ - Outra portaria
divulgada no DOE dessa quarta-feira (29) é relacionada aos policiais: subtenente Gilson Valério da Silva e o
soldado Eliezio Ferreira Maia Júnior. A CGD instaurou conselho de
disciplina contra a dupla "a fim de apurar as condutas transgressivas que
lhe são atribuídas, bem como a incapacidade para permanecerem no serviço ativo
da Polícia Militar do Ceará".
A dupla foi detida por força de mandado de prisão preventiva por serem
alvos de uma investigação onde constam como autores do homicídio que vitimou
Kleber de Brito Quirino.
O crime aconteceu em dezembro de 2019, no bairro Parque Jari, em Maracanaú.
Conforme a Controladoria, a "documentação apresentada reuniu indícios de
materialidade e autoria, demonstrando a ocorrência de conduta capitulada como
infração disciplinar, passível de apuração a cargo deste Órgão de Controle
Externo Disciplinar". Foi designada
comissão para apurar o caso no âmbito administrativo.
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