sexta-feira, 24 de março de 2023

Advogada presa em Iguatu depositou R$ 311 mil na conta de traficantes

Wanessa Kelly Pinheiro Lopes também é registrada no Sistema Penitenciário como companheira de um chefe de uma facção criminosa que está preso

Advogada é presa em operação que combate facção envolvida em tráfico internacional de drogas

A advogada Wanessa Kelly Pinheiro Lopes, presa por suspeita de participar de grupo que movimentou R$ 45 milhões no tráfico de drogas, enviou R$ 311 mil para traficantes de três estados e uma empresa investigada de Roraima.
Wanessa foi capturada em Iguatu, em 15 de março. No mesmo dia, outro suspeito de participar do esquema milionário que transportava cocaína da Bolívia para o Ceará foi capturado na cidade de Guajará-Mirim, em Rondônia, fronteira com a Bolívia.
Conforme documento, o envolvimento da advogada foi descoberto a partir da apreensão do celular de Caio da Rocha Freire, preso em março de 2021 no Rio Grande do Norte, na companhia de um chefe de uma organização criminosa que coordenava ações da facção nos bairros Bonsucesso e João XXIII, em Fortaleza.
Após análise do aparelho, a polícia identificou indícios de movimentação financeira referente ao tráfico de drogas do proprietário do telefone para a conta de Helder Paes de Oliveira Júnior. O beneficiado seria fornecedor de entorpecentes, responsável por receber grandes quantias em dinheiro.
Os dados enviados junto ao Relatório de Inteligência Financeira ajudou a Polícia Civil a identificar a existência de vínculos financeiros entre Helder e 31 pessoas físicas e jurídicas residentes no Ceará, entre eles, a advogada Wanessa Kelly, que fez uma transferência para o investigado no valor de R$ 38.500.
Além do envio de dinheiro para Helder, a polícia também descobriu que Wanessa enviou quantias que somadas davam R$ 311 mil para quatro homens de Fortaleza, São Gonçalo (RJ) e Natal, e uma empresa de Boa Vista, em Roraima.
Wanessa já havia sido investigada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) por participação em uma facção. Na ocasião, a polícia extraiu dados do telefone de uma investigada em que constavam conversas relatando que a advogada recebia e enviava mensagens de interesse da organização criminosa entre os indivíduos reclusos e os que estão em liberdade.

Companheira de chefe de facção - A Polícia Civil ainda identificou que a advogada é registrada no Sistema Penitenciário como companheira de José Glauberto Teixeira do Nascimento, o "Gleissin", "Amarelo" ou "Empresário", um dos principais chefes de uma facção criminosa, atualmente preso em um presídio federal, visitando-o frequentemente.
“Gleissin” foi capturado em março de 2015, na companhia de outros dois homens, em Pernambuco. Na ocasião, a Polícia Federal apreendeu com o trio mais de 30 quilos de paste base de cocaína e R$ 58 mil em espécie. O suspeito já cumpria pena por um assalto a um carro-forte.
Ele também é suspeito de cometer assaltos, sequestros e tráfico de drogas, além de comandar rebeliões em presídios.
A polícia identificou que em outubro de 2022 Wanessa visitou “Gleissin pelo menos nove vezes na condição de companheira do detento.
Quando esteve no sistema penitenciário cearense, o companheiro da advogada participou de, ao menos, duas fugas e uma rebelião, o que motivou as autoridades a pedirem a sua transferência para um presídio federal de segurança máxima.

'Operação Sarmat' - A captura da advogada fez parte da "Operação Sarmat", que já bloqueou R$ 20 milhões em contas e apreendeu 14 veículos, documentos, computadores, HDs, armas, drogas, munições e aparelhos telefônicos.
Na ocasião, foram cumpridos 39 mandados de busca e apreensão, 39 bloqueios de contas bancárias, sequestro de bens, como automóveis e imóveis, além de dois mandados de prisão preventiva.

FONTE – g1ce

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