sexta-feira, 7 de abril de 2023

Agressão à mãe, homicídios e motim - CGD abre investigações contra 10 policiais no Ceará

Também serão investigadas as condutas de agentes suspeitos de porte ilegal de arma de fogo e disparo

As portarias da CGD, que instauraram as investigações, foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) abriu investigações administrativas contra 9 policiais e um bombeiro, por suspeitas de crimes como agressão à própria mãe, homicídios e participação no motim de 2020.
As portarias da CGD, que instauraram as investigações, foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (5).
Um subtenente do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) irá responder a um Conselho de Disciplina por ser acusado, pela própria mãe, "de venda e quebra dos bens dela, apropriação da aposentadoria, fazer empréstimos no nome dela sem sua autorização, além de agredi-la física, moral e psicologicamente, chamando-a de 'cachorra, mentirosa, sem vergonha, doida, dissimulada'", descreve a portaria. A identidade do militar não será divulgada, para preservar a identificação da vítima.
As agressões foram denunciadas em Boletim de Ocorrência (BO), na Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza, em 2019, que deu origem a um Inquérito Policial aberto na Delegacia de Proteção ao Idoso e das Pessoas com Deficiência, em 2020.

HOMICÍDIOS NA SEMANA PASSADA E NO ANO DE 1990 - A CGD abriu Conselho de Disciplina também contra dois policiais militares, suspeitos de homicídios. Um dos investigados é o soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Hilquias Coelho Ferreira, que também foi afastado preventivamente da Corporação.
Hilquias foi preso em flagrante, no último dia 31 de março, horas após matar o amigo Carlos Anderson da Silva Mariano com um tiro à queima-roupa, no Município de Barro. O tiro fatal foi filmado por uma câmera de segurança da região.
O sargento da Reserva Remunerada Antônio Carlos da Silva irá responder administrativamente por um caso de homicídio em que ele já foi condenado a 17 anos de prisão, no processo criminal, com trânsito em julgado.
A condenação, na 1ª Vara do Júri de Fortaleza, aconteceu em agosto de 2014. O militar foi sentenciado por matar Isaías Gomes Mendes a tiros e tentar o homicídio de outro homem, em agosto de 1990. A defesa do PM alegou negativa de autoria dos crimes e que as provas da acusação eram "contraditárias e fantasiosas".

MOTIM E PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO - A Controladoria Geral de Disciplina instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o soldado PM Islândio Nóbrega da Silva, por participar do motim da categoria, de fevereiro de 2020.
O militar teria se juntado a outros policiais amotinados, com a farda e uma motocicleta da Corporação, além de estar armado, na sede do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Fortaleza.
Islândio já foi condenado a 5 anos de prisão, pelos crimes de motim e atentado contra a viatura, em um processo criminal, na Justiça Estadual. A defesa do PM recorreu da decisão e apontou que as provas da investigação são insuficientes para condenarem o acusado.
Quatro soldados da Polícia Militar e um policial penal serão investigados pela CGD em dois processos. Dois PMs foram presos em flagrante, por portarem armas de fogo de outros agentes - um policial militar e um policial penal - durante uma abordagem policial na BR-222, em Quixadá, em outubro de 2021.
Um terceiro militar, que estaria na companhia da dupla presa em flagrante, teria sido "omisso e/ou conivente com as ações de seus colegas já mencionados", segundo a Controladoria. O trio ainda estaria ingerindo bebidas alcoólicas, antes da abordagem.
Por fim, um policial penal irá responder a um PAD por realizar um disparo de arma de fogo em um posto de combustíveis, no Município de Cascavel, no último dia 30 de março. Um Boletim de Ocorrência foi registrado na Polícia Civil do Ceará (PC-CE).

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