sexta-feira, 30 de junho de 2023

5 votos a 2 - Bolsonaro está inelegível em julgamento no TSE

Ex-presidente foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por 5 votos a 2 que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível. O julgamento chegou ao fim nesta sexta-feira (30). Ele foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação 
Votaram nesta sexta-feira Carmen Lúcia, pela inelegibilidade; Nunes Marques, pela absolvição, e, por fim, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que fechou o julgamento com manifestação pela condenação.
Candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022, o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto (PL) foi absolvido da mesma acusação.

Como votaram os julgadores

Pela inelegibilidade

Benedito Gonçalves (relator)

Floriano de Azevedo Marques

André Ramos Tavares

Carmen Lúcia

Alexandre de Moraes

Contra a inelegibilidade

Raul Araújo

Nunes Marques

O que acontece com Bolsonaro agora - Com Bolsonaro declarado inelegível, ele ficará impedido de participar das eleições de 2024, 2026 e 2028, mas ainda terá chance de participar do pleito de 2030, segundo especialistas em direito eleitoral. O prazo da inelegibilidade tende a ser contado a partir da última eleição disputada, ou seja, 2 de outubro de 2022. Como o primeiro turno da eleição de 2030 está previsto para 6 de outubro, Bolsonaro já teria cumprido a punição.
O ex-presidente, no entanto, ainda estaria inelegível no momento de registro da candidatura e precisaria brigar judicialmente para concorrer. Mas, se o TSE entender que a contagem do prazo de inelegibilidade não é por dias corridos, e sim por ciclos eleitorais, o ex-presidente estará fora de disputa de 2030. Bolsonaro terá 75 anos de idade.

Bolsonaro pode recorrer após ser declarado inelegível pelo TSE

Ex-presidente poderá recorrer utilizando os chamados embargos de declaração, que podem ser utilizados quando o resultado do TSE não é unânime, para contestar algum ponto da decisão ou do procedimento.
A defesa deverá apresentar uma série de argumentos ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o ex-presidente não feriu nenhum artigo da Constituição Federal.
"No cadastro eleitoral dele já será anotada a inelegibilidade por força da decisão judicial. Caso ele tente se candidatar nas próximas eleições, a justiça eleitoral, no julgamento do registro de candidatura, fatalmente irá constatar a inelegibilidade dele". 
"O TSE é composto de três Ministros do STF. Então, costuma haver uma tendência de manutenção das decisões do TSE que são objeto de recurso no STF. Além disso, o eventual recurso extraordinário é admitido em hipóteses muito estreitas de ofensa direta à Constituição Federal, o que torna muito remota a possibilidade de a decisão do TSE não prevalecer futuros recursos". 
A ação pela qual Bolsonaro foi julgado é decorrente do abuso de poder político por parte do ex-presidente no ano de 2022. Na ocasião, o ex-mandatário reuniu embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para promover ataques sem provas ao sistema eleitoral brasileiro e aos ministros do STF e ao TSE.
O encontro foi realizado em julho de 2022 e transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e pelas redes sociais.

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